São Paulo, terça, 19 de maio de 1998

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"Gregos e renascentistas"

da Reportagem Local

No seu trato com as questões de profundidade e superfície, Carlos Fajardo tem interlocutores tão distintos quanto gregos e renascentistas. Veja a seguir um pouco desse "diálogo". (CEM)

"Os gregos pensavam que o cone de luz, como chama a turma do Renascimento, a pirâmide luminosa, ia dar dentro do olho, em uma superfície côncava. O renascentista resolveu fazer com que isso fosse uma superfície plana.
O que pensa o renascentista sobre esse cone que vem das pontas de um objeto até a minha retina? Que se você colocar em algum lugar uma espécie de plano transparente, uma "janela para o invisível', os pontos que você marca nesse plano formam a imagem. A profundidade é tudo que está dessa imagem para dentro. O que está lá não é a figura, mas o seu olho projetado no infinito. A idéia do infinito precisa de você. É uma idéia maravilhosa da figura humana.
O que eu fiz. Peguei uma máquina fotográfica, que repõe a questão da profundidade, da objetiva até o plano da fotografia, e pensei em fazer fotografias cuja ênfase não esteja na profundidade."



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