São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2004

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ARTE DE SENTIR

Curitiba abriga a primeira instituição do país dedicada à história do perfume; exposição tem frascos raros

Novo museu repassa a história pelo olfato

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Aberto neste fim de semana em Curitiba, o Museu do Perfume, primeiro do gênero no país, convida o visitante a uma viagem pela história da civilização, por meio de aromas e cheiros.
Um audioguia que pode ser usado para percorrer o espaço informa que os primeiros perfumes de que se tem notícia foram inspirados no cheiro da fumaça no Egito. A época: 3000 a.C.
Seguindo em frente, o visitante encontra cânticos bíblicos de Salomão (900 a.C.), exemplificando como Salomão e a rainha de Sabá trocavam juras de amor em poesias que falavam de aromas.
Mais um salto na história e chega Cleópatra (45 a.C), destacada pela capacidade de seduzir pelo cheiro os imperadores romanos.
No século 20, há o surgimento da indústria do perfume em Paris (1900) e o boom das grifes famosas nos 60, entrelaçado com o culto às divas do cinema.
Um lance de escada e o visitante toma contato com a perfumaria brasileira, onde encontra um box do mercado Ver-o-peso (Belém) e a referência ao fascínio do cangaceiro Lampião pela brilhantina.
O museu ocupa 310 m2 do Shopping Estação. É uma iniciativa de Miguel Krisgner, dono da marca de perfumes "O Boticário", com curadoria da especialista em perfumes Renata Ashcar.
Uma exposição de frascos raros do século 18, do acervo da fornecedora de fragrâncias suíça Givaudan, é atração da programação de abertura do museu.
O acervo permanente tem cerca de 600 peças, na maioria réplicas. Mas há algumas raridades, como um vidro original da Eau de Cologne Royale Jean Marie Farina, a famosa água de colônia à base de essência de bergamota e alecrim.
O frasco foi projetado para o imperador francês Napoleão Bonaparte carregar na bota, nos deslocamentos aos campos de batalha, nas guerras da primeira metade dos anos 1800.
A peça mais antiga é um frasco fenício de 1200 a.C. Foi Krisgner quem cedeu a maior parte das peças do museu. A mais importante é um vidro de perfume patinado em prata, feito entre os séculos 3 e 4, no Império Romano.
A marca do empresário aparece discretamente, nos ambientes de teste de cheiros. Para um visitante interessado, o percurso no museu dura em torno de duas horas.


ESPAÇO PERFUME - ARTE E HISTÓRIA
-Onde: Shopping Estação (av. 7 de Setembro, 2.775, Rebouças, Curitiba, tel. 0/xx/41/ 2101-9101). Quando: todos os dias, das 12h30 às 20h30. Quanto: R$ 3.



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