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Pedro Paulo Rangel sublima a palavra em monólogo carioca
DA REPORTAGEM LOCAL
Dono de enunciação das mais
elogiadas no teatro brasileiro, como se viu no solo "Sermão da
Quarta-Feira de Cinzas" (1994),
com o qual passou por São Paulo
pela última vez, em meados dos
anos 90, o ator Pedro Paulo Rangel, 57, volta à cidade em novo espetáculo que também sublima a
palavra, o que deve tirar de letra.
Uma produção carioca, "SoPPa
de Letra" (2004) elenca cerca de
70 canções em que as melodias ficam em segundo plano. As letras,
por sua vez, são como que declamadas por Rangel num roteiro
em que o ator ora assume a voz
dos personagens, ora de narradores, mas nunca foge das raias de
cada uma das composições, de
modo a dramatizá-las para enredar o público nas micro-histórias
contadas/cantadas.
Chico Buarque é campeão entre
os compositores (oito letras). Seguem-se Caetano Veloso e Gilberto Gil (quatro cada um). Mas o repertório é eclético: tem Lupicínio
Rodrigues, Adoniran Barbosa,
Paulinho da Viola, Cartola etc.
A melodia, propriamente dita,
contracena por meio dos músicos
que acompanham Rangel no palco do teatro Renaissance: Alexandre Ribeiro (clarinete), Alexandre
Moura (violão) e Marcus Nunes
(percussão). A direção musical é
de Roberto Gnatalli.
Em sua quarta montagem com
participação de Rangel, o diretor
Naum Alves de Souza também assina cenário e figurinos. O protagonista interage com músicos e
platéia. A idéia do projeto surgiu
há cinco anos. Numa madrugada,
Rangel ouvia um locutor de rádio
traduzindo "All You Need Is Love", dos Beatles. "Ele declamava
com a melodia ao fundo. Parecia
cansado. Aquilo soava inopinadamente engraçado e romântico",
diz "PP".
(VS)
SoPPa de Letra
Quando: estréia hoje, às 21h30; sex., às
21h30; sáb., às 21h; e dom., às 19h
Onde: teatro Renaissance (al. Santos,
2.233, tel. 0/xx/11/3188-4141)
Quanto: R$ 60
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