São Paulo, quarta-feira, 19 de agosto de 2009

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Brüno amarela

Filme estrelado por ator de ‘Borat’tem cortadas duas cenas: uma com uso de vibrador e a outra passada em um clube de suingue

RAQUEL COZER
DA REPORTAGEM LOCAL

O filme "Brüno" que os brasileiros podem ver desde sexta teve cortes em relação ao longa tal como foi exibido nos cinemas norte-americanos.
A produção que ironiza o universo da moda, estrelada pelo britânico Sacha Baron Cohen -criador de "Borat"-, tem fortes cenas de sexo, o que causou inclusive sua proibição na Ucrânia. No Reino Unido, cenas foram atenuadas para permitir a exibição a adolescentes.
Um trecho deixado de fora por aqui foi um dos mais comentados pela imprensa internacional após a estreia nos EUA. Logo no início do filme, foi eliminada a cena em que o namorado do protagonista pedala uma bicicleta ergométrica com um vibrador na ponta -na extremidade do qual está Brüno, o próprio.
Outro trecho excluído se passa em um clube de suingue. A cena de sexo continua, mas alguns takes "mais explícitos", segundo a Sony no Brasil, foram eliminados.
A assessoria de imprensa informou, por nota, que "a pedido do ator Sacha Baron Cohen, os brasileiros verão uma versão diferente do filme "Brüno" [...]. A versão será a mesma que estreou na Austrália, que é um pouco diferente com pequenas modificações nos rolos 1 e 5."
Mas não soube explicar se as modificações ocorreram em outros países nem por que ele teria pedido alterações só nesses dois locais. O filme estreou em 25 de junho nos EUA e, em 8 de julho, na Austrália. Depois, estreou em mais 34 países.
Segundo a empresa, os cortes não passam de um minuto e a intenção não foi reduzir a classificação indicativa -a classificação pedida pela empresa e aprovada no "Diário Oficial" de 22 de julho foi "não recomendado para menores de 18 anos".
Acontece que o filme que os jornalistas viram na exibição para a imprensa, alguns dias antes da estreia, estava na íntegra -o que acabou repercutindo na internet. No Cultblog, o crítico de cinema Marcelo Janot observou que "algumas cenas foram simplesmente excluídas, deixando certas piadas incompreensíveis".

Michael Jackson
Segundo o advogado Hermano de Villemor Amaral Neto, um filme só pode ser cortado com autorização da matriz. "Não creio que, nesse caso, alguém fizesse cortes sem autorização", diz ele, que viu o longa e achou "uma coisa horrível".
O distribuidor e diretor André Sturm diz que, mesmo com variações nos contratos, não há hipótese de um filme ser cortado sem autorização.
O que dá a entender que Baron Cohen realmente voltou atrás em relação às cenas que estavam no filme. O longa já havia sofrido cortes na época da estreia -quando foi removida uma sequência envolvendo a irmã de Michael Jackson, LaToya, após a morte do astro.


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