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LITERATURA
Maior feira de livros do mundo espera receber mais de 270 mil visitantes nos 7.000 estandes de cem países
Frankfurt prevê recorde de público neste ano
EDUARDO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT
Superlativa, a 57ª Feira de
Frankfurt começa hoje e vai até o
dia 23 de outubro com uma expectativa de recorde de público:
são esperados mais de 270 mil visitantes, nos 7.000 estandes que
representam mais de cem países
na cidade, coração financeiro da
Alemanha. O principal objetivo: a
compra e venda de direitos internacionais de publicação, um negócio cujas cifras passam de 1
milhão (R$ 2,7 milhões) anualmente.
Entre as novidades deste ano estão uma cooperação com o Festival de Berlim, que ampliará para o
cinema e a televisão os negócios
da feira, e um prêmio no valor de
37,5 mil para o melhor romance
alemão da atualidade. A lista de
celebridades do mundo das letras
tem o escritor inglês Nick Hornby,
que fala hoje de seu novo best-seller, "A Long Way Down", o cartunista Alberto Uderzo, que acaba
de lançar um novo livro com
aventuras de Asterix, e Margaret
Atwood, entre outros.
O estande brasileiro, organizado pela Câmara Brasileira do Livro em parceria com o Sindicato
Nacional de Editores de Livros, terá cerca de 1.100 livros de 40 editoras. No universo de cerca de 350
mil títulos em exposição, o Brasil
está entre os 15 maiores expositores em Frankfurt.
Para Luciana Villas-Bôas, da
editora Record, nada substitui a
renovação das relações pessoais
que a feira proporciona.
"A feira também nos força a ter
disciplina para olhar tudo o que
está acontecendo nas outras editoras, saber quais tendências surgiram, até mesmo nas festas e jantares que acontecem fora da programação oficial", ressalta a editora, que nos dez encontros profissionais diários marcados em
Frankfurt vai representar alguns
de seus autores, como Flávio Tavares, Miguel Sanches Neto e Luiz
Ruffato, e tentar fisgar os direitos
de publicação do novo livro de
uma certa inglesa que esteve na última Festa Literária de Parati
-ela mantém o nome em sigilo.
Veterana de Frankfurt, a agente
literária Lúcia Riff está na cidade
para cuidar dos clientes estrangeiros e dos livros de fora que irá oferecer no mercado brasileiro. Neste
ano, ela diz ter uma missão extra:
buscar caminhos para os autores
brasileiros serem traduzidos. "Vai
ser um bocado difícil e é a primeira vez que faço a feira desta forma.
Fizemos um bonito catálogo e vou
com a cara e com a coragem", diz a
agente.
Riff acredita que, aos poucos, a
hegemonia da literatura produzida em língua inglesa tem dado
mais espaço para a produção de
outros países.
"Muito aos poucos as pessoas
querem olhar mais para outros
mercados e não ficar só presas ao
que vem dos EUA ou da Inglaterra. A grande maioria dos negócios
ainda é feita com os americanos e
depois com os ingleses. Mas há
uma certa tendência de olhar em
volta com interesse", observa a
agente. "O que eu acho lindo em
Frankfurt é justamente a troca, as
reuniões mistas, em que eu vejo
que o editor estrangeiro tem para
me mostrar, e ele vê o que eu tenho para oferecer."
Coréia do Sul
O convidado de honra deste ano
da feira é a Coréia do Sul, que será
representada por 60 escritores.
Alguns autores da Coréia do Norte, que negou-se a participar oficialmente, também estarão na feira, em que a literatura servirá de
plataforma para os autores falarem de dois temas caros a ambos
países: democracia e reunificação.
O jornalista Eduardo Simões viaja a convite do Instituto Goethe
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