São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2004

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FILMES

Jogada de Mestre 2 - Totalmente Radical
Globo, 15h40.
 
(Most Valuable Primate 2). Canadá/EUA, 2001, 99 min. Direção: Robert Vince. Com Richard Karn, Cameron Bancroft. O chimpanzé Jack é chamado a jogar na liga de hóquei, mas alguém de bom senso o afasta do time. Títulos longos, idéias curtas.

Branca de Neve - Um Conto de Fadas e de Terror
Record, 21h45.
  
(Snow White - A Tale of Terror). EUA, 1997, 110 min. Direção: Michael Cohn. Com Sigourney Weaver, Sam Neill, Gil Bellows. Os elementos da história de terror estão lá: bruxa, maçã envenenada, anões. O filme explora isso que o conto de fadas deixa implícito.

Assassinos de Aluguel
Bandeirantes, 2h15.
 
(The Collectors). Canadá, 1990, 90 min. Direção: Sidney J. Furie. Com Casper van Dien, Rick Fox, Andreas Apergis. Assassino de aluguel (Van Dien) em crise existencial constata o vazio de sua atividade e decide afastar-se. O problema é que nem a polícia nem seus empregadores são assim tão versados em psicanálise para compreender o problema íntimo do homem. Furie segue sua escrita: muito pedantismo por nada.

Intercine
Globo, 1h45.

Os inéditos "Seduzidas para a Morte" (1999, de Damian Harris, com Ellen Barkin, Wendy Crewson) e "Tigerland - A Caminho da Guerra" (2000, de Joel Schumacher, com Colin Farrell) disputam a preferência do espectador pela exibição de sexta.

O Homem que Sabia Demais
Globo, 3h50.
    
(The Man who Knew Too Much). EUA, 1956, 120 min. Direção: Alfred Hitchcock. Com James Stewart, Doris Day. De férias no Marrocos, o médico provinciano Stewart testemunha o assassinato de um agente secreto. Os espiões seqüestram seu filho para garantir que ficará em silêncio. Um outro Hitchcock da grande fase, este em torno da música (há Doris Day, ex-cantora, e há a grande seqüência com a orquestra) e também da oposição entre arte popular e erudita. (IA)

Lei da indústria cultural

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É notável que a Globosat, como há dias noticiou esta Folha, esteja toda pronta para vender os canais que incluirá em sua grade graças à tecnologia digital.
Há canais de minissérie, de filmes pornô, de "reality show". OK. Também se esforçam para atrair a HBO para essa grade. Notável estratégia, que busca estrangular a TV Abril.
Mas e nós outros, cinéfilos sem ações de uma ou outra empresa, como pretendem nos convencer a assinar os novos serviços? A HBO oferece, em linhas gerais, mais do mesmo. Nos dois sistemas vigora a lei da indústria cultural mais preguiçosa, mais óbvia, que oferece um "Matrix Reloaded" (HBO, 14h30) ou "Anna e o Rei" (Telecine Emotion, 22h45).
O que prometem? Não-diversidade por preço maior? É esperar para ver.

MÚSICA

Dupla Air celebra a efemeridade da arte

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Certos músicos disputam com cineastas a arte de evocar imagens. Jarvis Cocker, do Pulp, por exemplo, diz que finge estar em um filme, na parte em que o mocinho se dá mal, quando sua vida anda complicada.
Quem também busca refúgio nesse mundo paralelo é a dupla francesa Air, tema do "Planet Rock Profiles", que mostra trechos de videoclipes e entrevista com os músicos.
Criado em 1995, o duo lançou "Moon Safari" (1998), disco que lembra trilhas sonoras de filmes, um marco dentro da renascença musical francesa. Enquanto o país ganhava a Copa do Mundo, a eletrônica local voltava a produzir nomes relevantes. O Air, no entanto, olha para um passado de tecnologia dos anos 60, celebrando o encontro retrô-futurista entre climas de Enio Morricone e um imaginário kitsch.
É uma atmosfera onírica, em que caminham virgens suicidas, um garoto sexy, garotas que jogam pingue-pongue e surfistas de foguetes, no que o integrante Jean-Benoît Dunckel define como uma tentativa de fazer design com a música, "da mesma maneira que se faz o design de um objeto".
Não demorou muito para que as sugestões de imagens fossem para as telas de cinema. Sofia Coppola, por exemplo, convocou a dupla para as trilha de seus "Virgens Suicidas" (1999) e "Encontros e Desencontros" (2003).
Mas, para Dunckel, o Air não é atemporal, como público e crítica insistem em dizer. O músico coloca-se, então, dentro de uma cápsula do tempo e imagina como será o cenário artístico daqui a centenas de anos.
A impermanência e a insignificância de nomes hoje considerados grandes e eternos superam ilusões passageiras -citam até os Beatles. "Ninguém vai permanecer; a arte é efêmera", diz Dunckel no programa. Tudo é matéria-prima para um filme implacável, ao final, com seus mocinhos.


PLANET ROCK PROFILES - AIR. Quando: hoje (9h30); seg. (15h); ter. (9h); dias 29 (20h) e 30 (16h), no Eurochannel.


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