VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A carioca Carolina Puntel sonha com o papel da protagonista, Christine, mas já se daria por satisfeita se conquistasse o posto da melhor amiga da dita cuja, Meg.
Cantora lírica e bailarina, cabelos ruivos e ascendência italiana, Puntel, 24, está entre os cerca de mil candidatos (eleitos de 2.500 currículos remetidos de vários pontos do país) que, desde terça e até o início da próxima semana, freqüentam a bateria de audições para conseguir um lugar ao sol na montagem brasileira do musical "O Fantasma da Ópera", que estréia em São Paulo em abril de 2005. Serão selecionados 40 cantores-dançarinos e 19 músicos.
É a primeira vez que Puntel faz testes para entrar num musical, apesar de já ter atuado em um, "Francisco de Assis", ou mesmo nas óperas "Bodas de Fígaro" e "Carmen", sempre no Rio, de onde veio para as audições na Oficina Cultural Oswald de Andrade. "Eles ficaram de ligar para avisar sobre a final na próxima segunda", diz Puntel, que atravessou as primeiras etapas. "Na terça, não dava nem para respirar na sala, tantas as candidatas", diz.
Vindo de Ribeirão Preto, o dançarino Danilo Navarro, 24, também nunca havia enfrentado teste semelhante. "É muito difícil", diz. No horário de Navarro, concorriam quatro atuais integrantes de "Chicago", produção que ficará em cartaz até 19/12, dando vez a "O Fantasma", novo projeto da CIE Brasil, que já mostrou "A Bela e a Fera" e "Les Misérables".
Segundo a produção, trata-se da primeira montagem de "O Fantasma da Ópera" na América do Sul. O enredo da obra do inglês Andrew Lloyd Webber é sobre um desfigurado e atormentado gênio da música que, no século 19, assombra as dependências da Ópera de Paris até se apaixonar por Christine, cantora que pretende transformar em diva.
"A escolha do elenco é um processo entediante, longo, mas pouco a pouco vamos definindo os nomes", diz o diretor artístico alemão Rainer Fried, que assinou "oito ou nove" das 16 montagens de "O Fantasma" no planeta. O espetáculo estreou em Londres, em 1986, e ganhou temporada na Broadway, Nova York, dois anos depois. Uma das passagens mais comentadas é o efeito visual da queda do lustre do antigo teatro, provocada pelo Fantasma.
Também comandam as audições em SP o diretor musical alemão Klaus Wilhelm e a coreógrafa norte-americana Denny Berry.


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