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MARI HIRATA
Pelos canais de Tóquio
Num cenário que combina
imagens dos canais de Tóquio e
dos prédios hipermodernos,
segue o barco Himiko, desenhado por Leiji Matsumoto,
um dos principais quadrinistas
japoneses. É dentro desse espaço futurista que a chef Mari Hirata, 49, brasileira radicada no
Japão, serviria o menu que elaborou para um de seus ídolos: o
cineasta Takeshi Kitano (de "Zatôichi", 2003).
"No Japão, ele tem cinco programas de televisão, em canais
diferentes. É meio guru dos japoneses. Dá palpite em todas as
áreas", diz Mari. "E sempre teve ótimo gosto para comida."
Mari selecionou um ingrediente sazonal para explorar em seu cardápio imaginário: o
cogumelo matsutake. O fungo tem cheiro delicado e não é cultivável. "Usaria os que crescem
na floresta de Kyoto." São raros e alcançam preços altos (US$ 100, a unidade).
Para começar, uma infusão do cogumelo em consomê de
hamo, uma espécie de congrio
japonês. "É um peixe um pouco
mais gorduroso e daria suporte
ao matsuke sem ‘matar’ seu sabor." Em seguida, cogumelo inteiro grelhado em brasa, com
um toque de limão japonês (sudashi), que tem um "perfume maravilhoso".
Finas lâminas de Kobe beef envolveriam o cogumelo, para
depois ir à grelha num pequeno braseiro de carvão. "A carne ficaria levemente tostada, com
gosto defumado e, depois de morder, apareceria o sabor do
cogumelo." Mari Hirata finalizaria o menu como no Japão,
com arroz. "Faria naquelas panelas de cerâmica com caldo
básico japonês, o dashi [alga
kombu e lascas de bonito seco],
e com os cogumelos picados."
Tudo na companhia de champanhe ou de um "bom saquê japonês" servido em um
copo pequeno "e pesadinho, sabe?". O convidado decide.
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