São Paulo, quinta-feira, 19 de novembro de 2009

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MARI HIRATA

Pelos canais de Tóquio

Num cenário que combina imagens dos canais de Tóquio e dos prédios hipermodernos, segue o barco Himiko, desenhado por Leiji Matsumoto, um dos principais quadrinistas japoneses. É dentro desse espaço futurista que a chef Mari Hirata, 49, brasileira radicada no Japão, serviria o menu que elaborou para um de seus ídolos: o cineasta Takeshi Kitano (de "Zatôichi", 2003).
"No Japão, ele tem cinco programas de televisão, em canais diferentes. É meio guru dos japoneses. Dá palpite em todas as áreas", diz Mari. "E sempre teve ótimo gosto para comida."
Mari selecionou um ingrediente sazonal para explorar em seu cardápio imaginário: o cogumelo matsutake. O fungo tem cheiro delicado e não é cultivável. "Usaria os que crescem na floresta de Kyoto." São raros e alcançam preços altos (US$ 100, a unidade).
Para começar, uma infusão do cogumelo em consomê de hamo, uma espécie de congrio japonês. "É um peixe um pouco mais gorduroso e daria suporte ao matsuke sem ‘matar’ seu sabor." Em seguida, cogumelo inteiro grelhado em brasa, com um toque de limão japonês (sudashi), que tem um "perfume maravilhoso".
Finas lâminas de Kobe beef envolveriam o cogumelo, para depois ir à grelha num pequeno braseiro de carvão. "A carne ficaria levemente tostada, com gosto defumado e, depois de morder, apareceria o sabor do cogumelo." Mari Hirata finalizaria o menu como no Japão, com arroz. "Faria naquelas panelas de cerâmica com caldo básico japonês, o dashi [alga kombu e lascas de bonito seco], e com os cogumelos picados."
Tudo na companhia de champanhe ou de um "bom saquê japonês" servido em um copo pequeno "e pesadinho, sabe?". O convidado decide.


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