São Paulo, sexta, 20 de fevereiro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VINHOS
Garrafas baratas devem animar este feriado

JORGE CARRARA
especial para a Folha

Acompanhar com bons vinhos as comidas e comemorações do feriado de Carnaval não significa necessariamente acabar com o orçamento. Há tintos e brancos de qualidade na cidade, com preços para os mais diversos bolsos.
Na ala dos vinhos mais em conta, os portugueses continuam brilhando. Quem prefere os brancos pode conferir, na linha Galeria das Caves Aliança, o Bical e o Chardonnay, ambos safra 96. O Bical é um vinho de corpo médio, aroma e sabor bastante intenso que combina frutas tropicais com um toque de especiaria. Pode ser bebido como aperitivo ou acompanhando saladas e pratos de peixe.
O Chardonnay, um pouco mais encorpado, tem paladar equilibrado, de final levemente adocicado, marcado por frutas amarelas e toques de carvalho (leve cravo, baunilha), pode escoltar salmão e frutos do mar.
No departamento dos tintos, vale a pena experimentar alguns dos chamados vinhos "novos" (espécie de clones dos Beaujolais franceses), muito frutados, que são bebidos refrescados (a 12ºC), pelo que são ideais para o verão, servidos como aperitivo ou com sanduíches e pastas.
Dentre os melhores do tipo está outro português, o Dão Novo 97, da Sogrape. Elaborado com uva Jaen, uma variedade típica portuguesa, o Novo tem aroma atraente de frutas vermelhas (groselha, leve goiaba) e um paladar frutado e redondo. Outro bom exemplar da categoria é o Bardolino Novello de Zenato, também safra 97, um tinto da região do Veneto, no norte da Itália. Levemente frisante, ele tem na fruta intensa e no seu paladar equilibrado o seu maior charme.
Aqueles que reservaram um dinheiro extra para regar a folia tem outras duas boas opções entre os vinhos da "bota": o Bianco dell' Abazzia 96, um branco da Toscana, e o Nebbiolo "Il Favot" 95, um tinto do Piemonte.
O Bianco dell' Abazzia, de Serafini e Vidotto, impressiona pelo aroma intenso (maçã, abacaxi em calda), que lembra um Chardonnay. Seu paladar concentrado é equilibrado, difícil de encontrar nos brancos italianos do seu preço (RÏ 26).
O "Il Favot", do produtor Aldo Conterno, é provavelmente o melhor Nebbiolo piemontês que chegou ao país. Ele precisa de certo tempo no copo para mostrar seu aroma complexo (frutas vermelhas, certo defumado, canela, leve baunilha), próprio de um bom Pinot Noir, e seu sabor longo e agradável, superior ao de muitos Barolos e Barbarescos -os grandes tintos da região- que custam o dobro.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.