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VINHOS
Garrafas baratas devem animar este feriado
JORGE CARRARA
especial para a Folha
Acompanhar com bons vinhos
as comidas e comemorações do feriado de Carnaval não significa necessariamente acabar com o orçamento. Há tintos e brancos de
qualidade na cidade, com preços
para os mais diversos bolsos.
Na ala dos vinhos mais em conta, os portugueses continuam brilhando. Quem prefere os brancos
pode conferir, na linha Galeria das
Caves Aliança, o Bical e o Chardonnay, ambos safra 96. O Bical é
um vinho de corpo médio, aroma
e sabor bastante intenso que combina frutas tropicais com um toque de especiaria. Pode ser bebido
como aperitivo ou acompanhando saladas e pratos de peixe.
O Chardonnay, um pouco mais
encorpado, tem paladar equilibrado, de final levemente adocicado,
marcado por frutas amarelas e toques de carvalho (leve cravo, baunilha), pode escoltar salmão e frutos do mar.
No departamento dos tintos, vale a pena experimentar alguns dos
chamados vinhos "novos" (espécie de clones dos Beaujolais franceses), muito frutados, que são bebidos refrescados (a 12ºC), pelo
que são ideais para o verão, servidos como aperitivo ou com sanduíches e pastas.
Dentre os melhores do tipo está
outro português, o Dão Novo 97,
da Sogrape. Elaborado com uva
Jaen, uma variedade típica portuguesa, o Novo tem aroma atraente
de frutas vermelhas (groselha, leve
goiaba) e um paladar frutado e redondo. Outro bom exemplar da
categoria é o Bardolino Novello de
Zenato, também safra 97, um tinto
da região do Veneto, no norte da
Itália. Levemente frisante, ele tem
na fruta intensa e no seu paladar
equilibrado o seu maior charme.
Aqueles que reservaram um dinheiro extra para regar a folia tem
outras duas boas opções entre os
vinhos da "bota": o Bianco dell'
Abazzia 96, um branco da Toscana, e o Nebbiolo "Il Favot" 95, um
tinto do Piemonte.
O Bianco dell' Abazzia, de Serafini e Vidotto, impressiona pelo
aroma intenso (maçã, abacaxi em
calda), que lembra um Chardonnay. Seu paladar concentrado é
equilibrado, difícil de encontrar
nos brancos italianos do seu preço
(RÏ 26).
O "Il Favot", do produtor Aldo
Conterno, é provavelmente o melhor Nebbiolo piemontês que chegou ao país. Ele precisa de certo
tempo no copo para mostrar seu
aroma complexo (frutas vermelhas, certo defumado, canela, leve
baunilha), próprio de um bom Pinot Noir, e seu sabor longo e agradável, superior ao de muitos Barolos e Barbarescos -os grandes
tintos da região- que custam o
dobro.
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