São Paulo, sexta, 20 de fevereiro de 1998

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ARTES PLÁSTICAS
Galerista rompe com Joel Edelstein e assume galeria
"Falta de química" acabou com sociedade, diz Thomas Cohn

da Reportagem Local

"Falta de química". Foi essa a razão anunciada ontem pelo galerista Thomas Cohn para a dissolução de sua sociedade com Joel Edelstein, que havia gerado, em setembro do ano passado, a inauguração da galeria Cohn Edelstein em São Paulo.
Já Edelstein preferiu não se manifestar sobre o rompimento da sociedade. "Não tenho nada a dizer sobre isso agora. Meu advogado está tratando disso, mas ele não tem nada a dizer ainda sobre o assunto."
Com a dissolução, Edelstein volta a concentrar atividades em sua galeria carioca, e Cohn se transfere definitivamente para São Paulo. "Ainda existem fatores pendentes, mas é provável que eu feche a galeria no Rio", disse Thomas Cohn.
Mas o galerista não fica sozinho em São Paulo. Mantém-se na sociedade o empresário carioca Oscar Cruz e Myriam Cohn.
Thomas Cohn justifica sua transferência com base no movimento do mercado paulistano. "Desde que inauguramos a sociedade, em setembro, 95% das vendas aconteceram aqui e 5% no Rio. Havíamos feito um cálculo conservador sobre São Paulo", disse Cohn.
"O movimento do nosso primeiro mês de funcionamento excedeu cinco vezes o esperado", comentou Oscar Cruz.
A programação da nova galeria começa em 17 de março com mostras de obras do artista argentino Manuel Esnoz e do fotógrafo inglês Edward Muybridge (1830-1904), que é conhecido por ser um dos pioneiros da fotografia de movimento. A exposição será acompanhada por uma trilha sonora com a composição "O Fotógrafo", de Phillip Glass, que se baseou em um episódio de crime passional da vida de Muybridge.
A mostra evidencia o interesse que Cohn tem em uma programação direcionada à fotografia. Já estão previstas mostras fotográficas do alemão Wim Wenders, do venezuelano Apostol e da cubana Marta Maria Perez Bravo.
A programação evidencia ainda o interesse de Cohn pelo mercado latino-americano. Em outubro e novembro, meses de Bienal, estará apresentando trabalhos do argentino Julian Trigo, do cubano José Bedia e do peruano Moico Yaker, que representará seu país na Bienal de São Paulo. Nesses dois meses, o Brasil comparece com Marta Strambi. (CF)


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