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São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003

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Al Jazeera já prepara novo canal em inglês

France Presse
Palestino assiste a pronunciamento de Saddam, pela Al Jazeera, na Cisjordânia


DA REPORTAGEM LOCAL

Sediado em Doha, no Qatar, o canal de notícias Al Jazeera, a "CNN árabe", como ficou conhecido após o conflito no Afeganistão, prepara-se para um grande passo em sua expansão internacional: lançará em breve um canal de notícias em inglês.
Diferente do que ocorreu durante os bombardeios no Afeganistão, quando levou vantagem por ter um escritório em Cabul, a emissora, que transmite em árabe, enfrenta agora, no Iraque, o desafio de concorrer de igual para igual com as grandes redes de notícia dos Estados Unidos.
A seguir, trechos da entrevista à Folha concedida por e-mail por Dima Khatib, chefe de redação do canal, em Doha. (CC)
 

Folha - O que mudou na Al Jazeera após o conflito no Afeganistão?
Dima Khatib -
Após a guerra, a Al Jazeera passou a não ser mais endereçada apenas a telespectadores árabes. Ficamos com mais credibilidade e percebemos nosso impacto internacional. A emissora está se expandindo, estamos abrindo escritórios pelo mundo.

Folha - Como a Al Jazeera se preparou para a guerra?
Khatib -
Enviamos repórteres para vários lugares do Iraque e região, estamos estabelecendo contatos com analistas e personalidades do mundo árabe.

Folha - Como o canal imagina que será o impacto da guerra, em termos financeiros e de audiência?
Khatib -
O impacto provavelmente será grande. Mas é difícil especular. O que posso dizer é que estamos trabalhando duro para dar à nossa audiência a melhor cobertura. Certamente será mais transparente que a cobertura da Guerra do Golfo, quando Al Jazeera ainda não existia.

Folha - Em seu site, a Al Jazeera diz oferecer um jornalismo independente. O canal resiste à tentação de ser a "voz árabe" no mundo?
Khatib -
Acho que a Al Jazeera representa o mundo árabe, tem a confiança desse povo. Somos a voz dos árabes de todo o mundo.

Folha - Qual é a estratégia de expansão do canal?
Khatib -
O primeiro passo será um serviço de notícias na internet, se tudo der certo, em abril. Mais tarde, programamos o lançamento de um canal em inglês.

Folha - Na Guerra do Afeganistão, a Al Jazeera teve seu escritório em Cabul bombardeado. Como o canal vai proceder desta vez?
Khatib -
Vamos permanecer no Iraque. Mas em nenhuma circunstância iremos colocar a vida de nosso pessoal em perigo. Penso que as circunstâncias dessa guerra são muito diferentes das do conflito no Afeganistão, pois não somos os únicos no Iraque.


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