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Montagem de risco é destaque em mostra no Itaú
Telas vistas na horizontal, próximas ao chão, estão entre
as inovações de exposição com 127 obras contemporâneas
Curadoria de Teixeira Coelho selecionou obras de nomes como Paulo Pasta, Janaina Tschäpe, Marco Giannotti e João Câmara
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Como expor mais de uma
centena de obras de arte contemporânea, de diversos suportes e linguagens, em um espaço de dimensões reduzidas?
A resposta pode ser vista pelo
público a partir de amanhã no
Itaú Cultural, na mostra "Itaú
Contemporâneo - Arte no Brasil 1981-2006".
A questão perturbou o curador da exposição, Teixeira Coelho (também curador do
Masp), que optou por uma
montagem com lances arriscados, assinada por Bia Lessa.
Lessa, entre outras "inversões", dispôs em um dos espaços as telas, normalmente vistas em paredes, na horizontal, em cima de pequenas bases no
chão. Espelhos foram colocados no teto para ampliar a percepção de obras de Arthur Luiz
Piza, Hércules Barsotti, Marco
Giannotti e Paulo Pasta, entre
outros. Passarelas ficam ao lado das obras e possibilitam ângulos inusuais para o público.
"Foi um risco calculado. Mas
acho que, ao expor arte contemporânea, tem de haver um
espaço para o experimental na
montagem", avalia Coelho.
Lessa assinou a polêmica montagem do módulo barroco na
"Mostra do Redescobrimento",
em 2000, mal recebida por críticos que acharam que foi dada
mais ênfase à cenografia que às
obras expostas.
A curadoria de Coelho centrou o seu foco na produção dos
anos 80 até hoje, fazendo um
corte de 127 trabalhos dentro
do universo de 500 da coleção
Itaú. Ele utilizou três eixos
principais -A Persistência da
Beleza, Na Linha da Idéia e
Multitudo- para tentar abarcar todo o hibridismo presente
na produção contemporânea.
Assim, por exemplo, as paisagens podem ser de grande plasticidade -como as vistas em fotografias de João Musa e Caio Reisewitz- ou se destacarem
pelo imperfeito -como as de
Janaina Tschäpe, Marina Saleme e Adriana Rocha.
E algumas preferências do
curador revelam bons trabalhos de artistas hoje sem muita
evidência, como Valdir Sarubbi
(1939-2000), João Câmara e
Hudinilson Jr. Dele, a precariedade das obras em xerox dos
anos 80 ainda guarda grande
atualidade.
ITAÚ CONTEMPORÂNEO - ARTE
NO BRASIL 1981-2006
Quando: abertura hoje, às 19h30 (convidados); de ter. a sex., das 10h às 21h,
sáb. e dom., das 10h às 19h; até 27/5
Onde: Itaú Cultural (av. Paulista, 149,
SP, tel. 0/xx/11/2168-1776)
Quanto: entrada franca
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