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comentário
Catálogo deixa de lado divergências
DA REPORTAGEM LOCAL
Poucos teóricos têm dado conta da produção artística dos últimos 30
anos. O francês Nicolas
Bourriaud, com sua polêmica "estética relacional",
foi dos poucos a criar chaves de compreensão para
esse momento.
Em "Coleção Itaú Contemporâneo - Arte no Brasil 1981-2006" (R$ 159,
345 págs.), livro que acompanha a exposição, Teixeira Coelho poderia arriscar-se a contribuir, a partir
da produção nacional recente, com idéias originais. Afinal, a coleção reúne artistas representativos do período. Contudo, a
obra é mais um "coffee table" sobre a coleção do que
uma reflexão que lide com
os trabalhos e seu tempo.
Paulo Herkenhoff ousou ao escrever sobre o
modernismo da coleção
Fadel, repensando esse
momento histórico e colocando em xeque artistas
como Sergio Camargo e
Anita Malfatti. Já Coelho,
numa fúria classificatória,
buscou alinhar as obras
em conjuntos um tanto
genéricos -como se o termo "não-objetos" fosse
suficiente para dar conta
de artistas como Cildo
Meireles e Tunga.
Para Coelho, uma leitura crítica não se aplica ao
conjunto, como se não
houvesse dissensos e se
apenas a análise formal
dos trabalhos desse conta
do momento. Trata-se,
claro, de uma estratégia.
Assim como a coleção não
é uma reunião de obras de
risco, o melhor foi tornar a
leitura desses trabalhos
tão generalizante.
(FABIO CYPRIANO)
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