São Paulo, terça-feira, 20 de março de 2007

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comentário

Catálogo deixa de lado divergências

DA REPORTAGEM LOCAL

Poucos teóricos têm dado conta da produção artística dos últimos 30 anos. O francês Nicolas Bourriaud, com sua polêmica "estética relacional", foi dos poucos a criar chaves de compreensão para esse momento.
Em "Coleção Itaú Contemporâneo - Arte no Brasil 1981-2006" (R$ 159, 345 págs.), livro que acompanha a exposição, Teixeira Coelho poderia arriscar-se a contribuir, a partir da produção nacional recente, com idéias originais. Afinal, a coleção reúne artistas representativos do período. Contudo, a obra é mais um "coffee table" sobre a coleção do que uma reflexão que lide com os trabalhos e seu tempo.
Paulo Herkenhoff ousou ao escrever sobre o modernismo da coleção Fadel, repensando esse momento histórico e colocando em xeque artistas como Sergio Camargo e Anita Malfatti. Já Coelho, numa fúria classificatória, buscou alinhar as obras em conjuntos um tanto genéricos -como se o termo "não-objetos" fosse suficiente para dar conta de artistas como Cildo Meireles e Tunga.
Para Coelho, uma leitura crítica não se aplica ao conjunto, como se não houvesse dissensos e se apenas a análise formal dos trabalhos desse conta do momento. Trata-se, claro, de uma estratégia. Assim como a coleção não é uma reunião de obras de risco, o melhor foi tornar a leitura desses trabalhos tão generalizante. (FABIO CYPRIANO)


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