BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

No cenário pop, às vezes é necessário que um festival reúna determinadas bandas para uma cena musical ficar mais evidente -assim foi com o punk em 1982 no Começo do Fim do Mundo (Sesc Pompéia).
A série de shows Electrorama, que acontece entre amanhã e sábado no Sesc Santo André, segue uma filosofia parecida, agora com uma cena musical herdeira do punk, o electro-rock. Com exceção do Montage, do Ceará, os outros grupos que vão tocar surgiram em São Paulo: Multiplex e os já bem conhecidos Jumbo Elektro e Cansei de Ser Sexy.
"O que essas bandas têm em comum é o fato de utilizarem a eletrônica de um modo mais presente dentro do rock", diz o vocalista do trio Multiplex, Leandro Cunha, 31. Com os EPs "Moderno Partes 1 e 2" (músicas em www.multiplex.mus.br), o trio, que canta em português, faz a linha mais dançante entre os grupos do festival, com uma pegada voltada ao tecnopop e a nomes como Soft Cell e Giorgio Moroder. "O electro foi como o punk para o rock: possibilitou que pessoas com menos recursos fizessem música. Acabou a era dos superDJs. O electro-rock mistura isso tudo."
Outro grupo que vem despontando em festivais e apresentações pelo país desde 2005 é o Montage (músicas em www.tramavirtual.com.br/montage). A referência imediata é o grupo inglês Prodigy, já que adotam uma sonoridade mais pesada, roqueira, e têm um vocalista performático e andrógino, Daniel Peixoto. "No Ceará não tinha banda de electro-rock há alguns anos, mas a recepção, agora, tem sido boa."