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Cantora causa furor e é dona de hino do Coachella
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Você pega o principal festival do mundo no primeiro
semestre (o Coachella 2005),
com cerca de cem atrações
de todos os tamanhos (de
New Order a Marky), e nota
que o hino do evento é um
funk carioca, cantado por
uma exótica rapper morena
do Sri Lanka. Não é fácil perceber: aí tem coisa.
M.I.A. botou fogo no Coachella com seu electroraggacandomblé, seu requebrado
duro, suas músicas dançantes e suas letras de guerrilha.
No pré-festival, era o conselho mais dado: não perca o
show da M.I.A., no começo
da tarde de domingo, no terceiro palco mais importante
do festival. E a tenda encheu,
de uma platéia curiosa e levada pelos conselhos, que no
começo apenas fez olhar. E
com M.I.A. à frente, o DJ Diplo atrás e uma backing vocal poposuda ao lado, o
show virou um bailão.
Principalmente quando
ela mandou "Bucky Done
Gun", o tal hino instantâneo
do Coachella, que tem trechos do funk "Engessão", do
DJ Marlboro. Horas depois e
duas tendas longe, "Bucky
Done Gun" representava o
momento alto da discotecagem de Miss Kittin.
Quando M.I.A. encerrou
sua apresentação, aconteceu
o inusitado em eventos do
porte do festival californiano. A rapper cingalesa foi
trazida de volta ao palco graças aos berros do público,
que queria bis quando bis
para uma atração de meio de
lista nunca acontece. Com o
palco já sendo preparado
para a próxima atração, os
organizadores resolveram
deixar M.I.A. voltar para
mais duas músicas. No
backstage, assustada, ela era
cercada por fotógrafos.
Nasce uma estrela. M.I.A. é
o furor.
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