São Paulo, Sábado, 20 de Novembro de 1999
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Concursos, debates e mostras ampliam discussão

Adriana Zehbrauskas/Folha Imagem
Vista do pavilhão Ciccillo Matarazzo, que abriga, a partir de hoje, as 68 mostras e salas da 4ª Bienal Internacional de Arquitetura



da Redação

Afora os exemplos vindos de todo lado para tentar acordar o cidadão dentro de cada um de seus visitantes, a 4ª BIA também estimula a arquitetura pura e simplesmente, tanto de jovens arquitetos quanto de profissionais reconhecidos.
Além das exposições temáticas, há duas mostras competitivas internacionais, para profissionais e para estudantes, e duas que resultam de premiações já realizadas (do Instituto de Arquitetos do Brasil e da Sociedade Central de Arquitetos da Argentina).
A "Exposição Geral de Arquitetos" recebeu 451 inscrições de escritórios ao redor do mundo. Desse total, 395 projetos construídos foram selecionados para participar da mostra e do concurso -329 têm autoria brasileira e 66, estrangeira.
Os holandeses, considerados entre os mais arrojados da contemporaneidade, trouxeram 15 obras, quase um quarto do total "importado".
O curador Lucio Gomes Machado chama de "fato positivo" a grande participação de autores latino-americanos na mostra competitiva. De fato, um terço (22) dos projetos expostos provém de países como Porto Rico, Chile, Colômbia ou México.

Democracia
Mesmo medalhões da arquitetura mundial -como o ganhador do prêmio Pritzker 99 (o mais importante do gênero), sir Norman Foster- enviaram seus desenhos seguindo o padrão estabelecido pela organização.
Assim, o Reichstag (Parlamento) de Berlim, reformulado por Foster, figura a poucos metros dos desenhos do showroom da Deca, saídos da prancheta da paulista Brunete Fraccaroli. Ou perto de qualquer outro projeto -cadeira, passarela, prisão, casa de praia que seja- cujo autor tenha um sobrenome começado em "F" (já que a disposição, democrática, é dada pela ordem alfabética).
Os futuros talentos da arquitetura também encontram lugar, no "Concurso Internacional de Escolas de Arquitetura". Os 69 projetos inscritos passaram por pré-seleções em suas instituições de origem e seguem o mesmo padrão para montagem e disposição que seus semelhantes "seniores".
Os resultados dos concursos serão anunciados na tarde de domingo, 28 de novembro.

Debates
Para instigar a reflexão almejada pela 4ª BIA, estabeleceu-se também um fórum de debates.
Os dois primeiros encontros acontecem hoje. Às 18h, o tema é "Arquitetura Contemporânea na Argentina", com Clorindo Testa, arquiteto e artista plástico, Alberto Varas, arquiteto, Roberto Converti, subsecretário de Planejamento da capital argentina, e Jorge Glusberg, criador das Bienais de Arquitetura de Buenos Aires.
Às 20h, Emanuel Dias Pimenta, brasileiro com escritórios em Lisboa, Londres e Nova York, fala de "Arquitetura Virtual" -tema que também tem uma sala no evento, curada por Pimenta.
Os temas de amanhã são: "Arquitetura Moderna na Holanda" (15h às 18h); a obra do catalão Antonio Bonet Castellana (19h às 21h); "José Forjaz, entre o Adobe e o Aço Inox" (18h às 19h); e os estudos do historiador da arte Robert C. Smith (19h às 22h).
Além de debates como esses, ligados a temas de salas da BIA, haverá outros, relacionados a questões da cidade, como os do fórum "Cidade, Cidadão, Cidadania", que retoma os temas do projeto "Arquitetura da Violência" (veja texto nesta página).

Sesc Pompéia, 17
Fora do Ibirapuera, outras mostras acontecem sob a marca da Bienal de Arquitetura.
A primeira delas, "Cidadela da Liberdade", abriu ontem e comemora os 17 anos do Sesc Fábrica da Pompéia; 240 fotografias mostram como a antiga fábrica foi transformada, pelas mãos da genial Lina Bo Bardi (1914-1992), também autora do Masp, em centro cultural e esportivo dos mais queridos pelos paulistanos.
A mostra tem curadoria de dois arquitetos que trabalharam com Lina, André Wainer e Marcelo Ferraz, e está, é claro, no próprio Sesc (r. Clélia, 93, tel. 0/xx/11/ 3871-7700), até 30 de dezembro (ter. a sáb., 10h às 21h; dom. e feriados, 10h às 20h). (FA)


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