São Paulo, domingo, 20 de novembro de 2005

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FILMES

TV ABERTA

Fisher reconta clássico de terror em "Frankenstein"

Auto da Compadecida
Globo, 12h50.
  
Brasil, 2000, 95 min. Direção: Guel Arraes. Com Fernanda Montenegro, Matheus Nachtergaele, Selton Mello, Rogério Cardoso, Lima Duarte. O filme é inspirado na peça de Ariano Suassuna e é, a rigor, uma versão curta da minissérie exibida pela emissora em 1999. As aventuras dos sertanejos João Grilo (Nachtergaele) e Chicó (Mello), suas alegres pilantragens na Terra e, sobretudo, seu julgamento no céu são o assunto. A base é muito forte e mesmo os acréscimos não incomodam. A direção de Guel Arraes nem sempre é feliz, os efeitos especiais são gratuitos, e a seqüência celeste prima pela cenografia de mau gosto.

Um Ato de Coragem
SBT, 20h30.
 
(John Q.). EUA, 2001, 118 min. Direção: Nick Cassavetes. Com Denzel Washington, Robert Duvall, Anne Heche, James Woods, Eddie Griffin, Ray Liotta, Kimberly Elise. Com esse elenco de arromba, o filho de John Cassavetes empenha-se em narrar a história de um pai que, sem dinheiro, precisa de tratamento para o filho, com problemas cardíacos. Na falta de solução melhor, ele invade um pronto-socorro e, sem muita diplomacia, exige que receba os cuidados adequados. Essa ação é puro farol. O que o filme tem de mais interessante é a peregrinação do pai em busca de solução para o caso do filho. Inédito.

Nova York Sitiada
Globo, 23h35.
  
(The Siege). EUA, 1998, 120 min. Direção: Edward Zwick. Com Denzel Washington, Annette Benning, Bruce Willis. Terroristas plantam bombas por toda Nova York. Os atores principais representam instituições americanas que se batem de diferentes maneiras para encontrar os terroristas e desarmar as bombas, quando não estão se batendo entre si. Para ver e esquecer rapidinho.

Sombras do Destino
SBT, 1h.
 
(Out of Nowhere). EUA, 1997, 120 min. Direção: Charles Wilkinson. Com Lisa Hartman Black, Lorne Cardinal, Babz Chula. Lauren é o tipo da mulher que devia fazer uma benzedura. Perde o marido num acidente de carro. Depois, ao partir em viagem com a filha, é abalroada por um carro com ladrões em fuga, é colocada inconsciente no carro em que fugiam, enquanto a filha é levada pelos ladrões. Por fim, como a polícia a encontra no carro roubado, é acusada por assassinato. Telefilme.

Rio da Traição
Bandeirantes, 1h10.
  
(The River Rat). EUA,1984, 93 min. Direção: Tom Rickman. Com Tommy Lee Jones, Martha Plimpton, Brian Dennehy. O médico Dennehy primeiro ajuda Tommy Lee a sair da cadeia, onde ficou anos e anos sem culpa. Depois, quando ele tenta se ajeitar na vida (inclusive aprendendo a conviver com a filha), o médico volta para apresentar a conta, e não em termos muito gentis.

Os Maridos de Stepford
SBT, 2h45.
 
(The Stepford Husbands). EUA, 1996. Direção: Fred Walton. Com Michael Ontkean, Donna Mills, Cindy Williams, Louise Fletcher. Casal muda para Stepford, julgando estar fazendo o negócio do século: não viram nenhum dos inúmeros filmes anteriores, dando conta dos distúrbios comportamentais que caracterizam a cidade. Logo se vêem às voltas com mulheres dispostas a tudo para moldar seus maridos conforme o que julgam ser o padrão do homem perfeito. Desta vez Stepford não é tão diferente do resto do mundo.

A Maldição de Frankenstein
SBT, 4h30.
    
(The Curse of Frankenstein). Inglaterra, 1957, 82 min. Direção: Terence Fisher. Com Peter Cushing, Hazel Court. Embora mais célebre por seus Drácula, aqui Fisher reconta a história de Victor Frankenstein e sua criatura. Só para São Paulo. (IA)

TV PAGA

O cinema possui mais do que histórias a contar

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Um casal que assistia a "O Signo do Caos", de Rogério Sganzerla, em São Paulo, há poucos dias, saiu do cinema no meio e indignado com o que viu. "Não tem história nenhuma." "Repete a mesma coisa o tempo todo."
Pode crer: o espectador de cinema -ao contrário do leitor de livros ou do visitante de museus- se acha com freqüência mais inteligente do que os próprios realizadores. Ele não é humilde diante da criação. Embora entre não mais de dez, 12 vezes por ano numa sala, acredita que sabe o que é cinema e se mostra pouco aberto a discussões.
Certos filmes, como "O Signo do Caos", ou os de Jacques Rivette, como "Quem Sabe?" (Telecine Emotion, 22h), são substancialmente filmes de indagação. E só vai se interessar por ele o espectador que busca descobrir o que o cinema é (e mais: ele sabe que o resultado da busca é, antes de mais nada, a própria busca).
Ou seja: quem garante que um filme deve "ter história"? Está na Tábua da Lei ou algo assim? E o que dizer de "Cidadão Kane", que é uma não-história (a história da impossibilidade de contar uma história).
Bem, o filme "Quem Sabe?" até tem uma história. No mais, até uma história cômica sobre Camille (Jeanne Balibar), uma atriz que volta a Paris após passar cinco anos na Itália. Enquanto se dedica ao teatro (sempre há o teatro, a representação, em Rivette), ela reencontra uma série de pessoas.
Assim como há filmes "sem história", este de Rivette é "sem sedução", ou seja, suspende inteiramente a máquina de sedução que é o cinema, não permite que o espectador se apaixone pela personagem ou por seu trajeto. Ele vê, ele segue, ele acompanha esse filme que parece se gerar à sua frente, junto da peça que se monta e da vida que se desenrola, sem pressa. Ao longo de duas horas e meia. É uma bela experiência.


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