São Paulo, domingo, 20 de novembro de 2005

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COLEÇÃO FOLHA

Compositor simboliza obsessão em tema musical

Volume destaca os efeitos do ópio em "Sinfonia Fantástica", de Berlioz

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma viagem musical estimulada pelo ópio é o tema do domingo que vem na Coleção Folha de Música Clássica. Sob batuta de Charles Mackerras, a Royal Philharmonic toca a "Sinfonia Fantástica", de Hector Berlioz (1803-69).
Berlioz foi uma das personalidades mais ativas do romantismo francês. Atuou como crítico musical, deixou um rico volume autobiográfico e um tratado de instrumentação e orquestração que até hoje é referência na área.
Como compositor, produziu obras grandiosas e visionárias, como a ópera "Os Troianos", vista como uma espécie de "equivalente francês" da saga wagneriana "O Anel do Nibelungo"; o concerto para viola "Haroldo na Itália", baseado em Byron; o oratório "A Danação de Fausto", inspirado em Goethe; e a sinfonia "Romeu e Julieta", a partir de Shakespeare.
O bardo inglês, aliás, foi fundamental na paixão de Berlioz pela irlandesa Harriet Smithson. Tendo visto a atriz atuar como Ofélia, em "Hamlet", e como a heroína de "Romeu e Julieta", ele desenvolveu uma afeição obsessiva por Smithson, que inicialmente o repeliu, para, depois de muito sofrimento e perseguição, consentir em se engajar em um matrimônio que seria infeliz para ambos.
A "Fantástica" ainda é do tempo em que seu amor não era correspondido. Dividida em cinco movimentos, conta como um artista jovem e sensível (o próprio compositor) experimenta visões sob o efeito do ópio. O caráter obsessivo de Berlioz é simbolizado pelo uso que faz da "idée fixe" (idéia fixa), um tema musical que se repete ao longo de toda a sinfonia.


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