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COLEÇÃO FOLHA
Compositor simboliza obsessão em tema musical
Volume destaca os efeitos do ópio em "Sinfonia Fantástica", de Berlioz
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma viagem musical estimulada pelo ópio é o tema do domingo
que vem na Coleção Folha de Música Clássica. Sob batuta de Charles Mackerras, a Royal Philharmonic toca a "Sinfonia Fantástica", de Hector Berlioz (1803-69).
Berlioz foi uma das personalidades mais ativas do romantismo
francês. Atuou como crítico musical, deixou um rico volume autobiográfico e um tratado de instrumentação e orquestração que
até hoje é referência na área.
Como compositor, produziu
obras grandiosas e visionárias,
como a ópera "Os Troianos", vista como uma espécie de "equivalente francês" da saga wagneriana
"O Anel do Nibelungo"; o concerto para viola "Haroldo na Itália",
baseado em Byron; o oratório "A
Danação de Fausto", inspirado
em Goethe; e a sinfonia "Romeu e
Julieta", a partir de Shakespeare.
O bardo inglês, aliás, foi fundamental na paixão de Berlioz pela
irlandesa Harriet Smithson. Tendo visto a atriz atuar como Ofélia,
em "Hamlet", e como a heroína
de "Romeu e Julieta", ele desenvolveu uma afeição obsessiva por
Smithson, que inicialmente o repeliu, para, depois de muito sofrimento e perseguição, consentir
em se engajar em um matrimônio
que seria infeliz para ambos.
A "Fantástica" ainda é do tempo
em que seu amor não era correspondido. Dividida em cinco movimentos, conta como um artista
jovem e sensível (o próprio compositor) experimenta visões sob o
efeito do ópio. O caráter obsessivo
de Berlioz é simbolizado pelo uso
que faz da "idée fixe" (idéia fixa),
um tema musical que se repete ao
longo de toda a sinfonia.
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