São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 2007

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Crítica

Filmes desafiam a inocência infantil

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Papai Noel não pode ser o mesmo, doce e cheio de chamegos, nesses tempos em que as crianças têm acesso irrestrito às maiores baixarias, como o saldão de corpos de um programa como o "Big Brother Brasil". O Bom Velhinho tem de ser como o de "Papai Noel às Avessas" (HBO, 16h45).
Aqui, sem qualquer magia, temos Willie, o homem que furta as lojas para onde trabalha como o dito cujo. Até na rua ele sai, com barba falsa e roupa vermelha, como se apenas um Papai Noel farsesco fosse viável hoje, já que ninguém mais acredita em sua existência.
Tampouco as crianças, mas elas o aceitam, como num acordo formal, desse jeito mesmo: sem dispensar uma bela gordinha, tomando no gargalo uma boa garrafa de uísque, e, sim, detestando a horda infantil de uma forma sádica.
Mas três décadas atrás, o mundo era outro? Em termos. "O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão" (Canal Brasil, 18h35), do engenhoso J. B. Tanko, não é, assim, dos mais ingênuos. Diferentemente do filme acima, ele nem é um filme adulto, mas destinado ao público infantil. Num tom lúdico, o que os infantes viam enquanto saboreavam pipoca e Crush nos cinemas de 1977 era a malandragem de Didi e a bossa irreverente de Mussum.
E a sede deles em se esbaldar no ouro das tais minas? É, o dinheiro, sempre o dinheiro, que junta os tempos, que alia românticos e selvagens, Trapalhões e Papai Noel às avessas.


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