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OUTRO LADO
Emissora nega e diz que objetivo é mostrar apoio ao social e à cultura
DA REPORTAGEM LOCAL
A TV Globo afirmou que as declarações do presidente da Record, Dennis Munhoz, vinculando a campanha da emissora ao
empréstimo do BNDES, partem
"de premissa equivocada".
"O que se discute junto ao
BNDES é um empréstimo para
todo um setor, incluindo mídia
impressa, e não para a TV Globo,
que tem audiência crescente e é
uma empresa lucrativa", afirmou
por e-mail à Folha Luís Erlanger,
diretor da Central Globo de Comunicação (CGCom).
Ele defendeu, indiretamente,
que o banco empreste dinheiro à
mídia. "As entidades do setor reivindicam, como segmento econômico importante e gerador de
mão de obra, apenas que sejam
tratadas nos mesmos moldes que
as demais áreas da iniciativa privada", disse o diretor.
Segundo Erlanger, "se existe
uma empresa que tem legitimidade histórica para falar em responsabilidade social e conteúdo brasileiro, é a Globo".
"Além dos nossos projetos sociais (Criança Esperança, Amigos
da Escola, Ação Global etc.) e do
merchandising social, podemos
citar o jornalismo regional voltado às comunidades. Abrimos veiculação gratuita para mensagens
de entidades do terceiro setor. Se
esse espaço fosse cobrado, certamente seria a maior conta da publicidade brasileira", disse.
Segundo Erlanger, a campanha
institucional levada ao ar nos últimos meses tem como objetivo
"retratar o que tem sido a TV Globo através dos tempos: uma empresa com responsabilidade social e que aposta em conteúdo nacional". "Qual outra atinge mais
de 90% de produção nacional na
sua grade?"
Ele disse que a Globo é contrária
a cotas obrigatórias de programação independente e regional.
"[Cotas] Se chocam com o princípio constitucional que assegura a
liberdade de criação e programação." E afirmou que a emissora já
atende as cotas previstas em projetos do Congresso, "não só nos
programas como no apoio, sem
grande retorno financeiro, ao cinema nacional". Sobre a relação
entre os comerciais institucionais
e o seminário "Conteúdo Brasil",
Erlanger disse que "a campanha
estava no ar meses antes de surgir
essa parceria com a PUC".
Em referência ao encontro entre
Marluce Dias da Silva e cineastas,
afirmou que a diretora-geral vem
mantendo reuniões do gênero há
mais de dois anos. "O que houve
agora foi uma retomada do diálogo com diversos setores da produção cultural -houve similar
com profissionais de teatro, por
exemplo-, interrompido durante o tratamento de saúde dela."
Erlanger disse que o merchandising social existe na Globo "há
décadas" e que o projeto da
CGCom entregue no ano passado
aos autores tem o objetivo de
"melhorar esse instrumento".
(LM)
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