São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2005

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ESPECIAL

Chico caminha e lembra exílio em Roma

ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Chico Buarque adora andar. Já declarou que "anda a serviço" porque, para não ser importunado, desenvolveu um ritmo próprio que permite que produza na rua sem ser interrompido.
No terceiro episódio da série que a DirecTV produziu, Chico apresenta uma de suas cidades favoritas para o ofício da caminhada-produção: Roma.
Na cidade onde viveu entre 1969 e 1970, Chico fala principalmente de política. Relembra a vida na cidade, o período do auto-exílio, o Brasil na época do regime militar e situações políticas de outros países que de alguma maneira marcaram sua carreira, como a Revolução dos Cravos, de Portugal, festejada com "Tanto Mar" (1975), que acabou censurada.
O período militar é lembrado pelo artista como "estimulante" para a criação. Um truque usado por ele para driblar a censura é confessado no episódio: enchia as letras de palavrões para que apenas isso fosse enxuto, mas o conteúdo final permanecesse.
Julinho da Adelaide, assinatura-truque usada pelo artista, também aparece no episódio. Chico canta "Jorge Maravilha" ("Você não gosta de mim/ Mas sua filha gosta") e conta o nascimento e a breve vida de Julinho.
Entre uma história e outra, a Roma do exílio volta a ser cenário e memória. "Quando morei aqui, andei por todas as ruas, mas, de repente, me via perdido", diz o músico.
"Havia poucos brasileiros aqui. Roma não era um centro de exilados. Falar com o Brasil era difícil, caro", afirma, para, em seguida, completar: "Quando um brasileiro chegava, era uma festa, mesmo sem conhecê-lo".
Chico diz que tem poucos amigos italianos, mas se mostra à vontade com o parceiro Sergio Bardotti, com quem compôs a inédita "Risotto Nero", em italiano, a maior surpresa do episódio.


Especial Chico Buarque
Quando:
estréia quarta; seg. a dom., às 12h, 13h30, 15h, 16h30, 18h, 19h30, 21h, 22h30, 0h e 1h30, no canal 605 (DirecTV); até 9/4


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