São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000


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NOITE ILUSTRADA ERIKA PALOMINO

Incrível! Está todo mundo saindo de novo!

ENTÃO, na próxima semana, entramos na era das arenas, ou seja: megafestas de música eletrônica divididas em grandes pistas, chamadas arenas, com as atrações acontecendo simultaneamente. A idéia é a de um festival, só que concentrado num dia só, desafiando a resistência do povo e criando aquela incrível sensação de que alguma coisa está acontecendo na outra arena e você está perdendo.

O J&B Club Arenas acontece então dia 26, quarta-feira agora, a partir de 21h, com três arenas, batizadas Beats, House e Trance. A festa é aberta ao público e vai rolar num galpão de 13 mil metros quadrados, à r. Coriolano, 1.313 (Lapa), com ingressos à venda já nas lojas Ellus e nas academias Runner da Juscelino, Angélica, Leste, Paulista, Norte e Morumbi. Vale a pena comprar antecipado, já que a diferença é bem grande: antecipado é R$ 25 (mulher) e R$ 30 (homem); na hora, R$ 40 e R$ 50, respectivamente.

AS principais atrações internacionais são Juan Atkins, você sabe: um dos mentores do tecno de Detroit; Lee Burridge, residente do superclube Fabric, de Londres; e Sander Kleinemberg, residente do Home, também londrino. O line-up das três arenas será o seguinte: Beats - Mauricio UM, Edinei, Marky, Mau Mau, Juan Atkins, Santiago; House - Pil Marques, Davi Martins, Marcão Morcerf, Felipe Venancio, Lee Burridge e Cristobal Paz; Trance -Roger, Jason Bralli, Leo e Sander Kleinemberg.

A segunda etapa da dance music em arenas em São Paulo será em 10 de junho, com o Skol Beats, que já tem local definido: o autódromo de Interlagos, na área verde do local. Teremos grama, então?! Em Curitiba, será dia 9 de junho, e o local escolhido é a pedreira Paulo Leminski.

A cultura das pistas de dança pega fogo mesmo. Cerca de 6.200 pessoas lotaram o Wet'n'Wild no Philips Expression no sábado, quando a MegaAvonts recebeu o público recorde de 8.750 pessoas, talvez a maior lotação já vista numa rave aqui. Os clubes também encheram em São Paulo, desde o underground ao mainstream, dos chill-ins até os after-hours. Tipo incrível mesmo. Êêêê! Está todo mundo na rua!

NA Avonts, quem tentou ir das 23h às 3h teve muito problema na porta. Desde antes de os portões se abrirem já tinha gente do lado de fora, esperando. Segundo a organização, esse povo que chegou antes derrubou a divisão em quatro portas feita na entrada, o que provocou confusão e empurra-empurra, além de gente tentando entrar pelo mato sem pagar, aquelas coisas. Nada avonts, sem conseguir controlar a baderna, o chefe dos seguranças deu um tiro para cima. Quem conseguiu entrar se divertiu, entretanto, em três pistas bem montadas, um mix de público feito de cybermanos, modelos, a nova geração e a velha guarda da cena raver, que foi prestigiar Dmitri, que tocou feliz da vida. Num cinema 180 graus, funcionou uma pista house, e a decoração em geral inovou, fugindo do fluo e avançando para um colorido intenso. A piscina, à noite cheia de velas, de manhã ficou cheia de gente, e a festa funcionou até as 17h do domingo, o bar incluído, sem faltar nada.

ENQUANTO isso, no Lov.e, o DJ Renato Lopes não deixou ninguém sair da pista (que, aliás, estava cheia de DJs), num set criativo e cheio de personalidade e suingue. Lá pelas 6h30, tocou um Carl Craig de emocionar.
SUBA se foi, mas sua música não. Seu disco, "São Paulo Confessions", lançado na Europa, Estados Unidos e Japão, está agradando todo mundo por onde passa. Madonna, por exemplo, indicou o álbum numa lista de 10, num site de música, e a faixa "Você Gosta" está cogitada para entrar na trilha de um filme de Paul Auster. Tem mais: o vinil da faixa, com remixes, será entregue a 20 DJs brasileiros numa noite especial, quando será apresentada a Fundação Suba.

E haja saúde clubber. Ou melhor, neste caso, saúde raver! Dias 28, 29 e 30 deste mês tem o festival Celebra Brasil 2000, em Barra do Una (litoral norte de São Paulo), no meio da mata Atlântica. O núcleo Etnica prega a não-violência e a integração com a natureza e com diferentes comunidades em todo o mundo. Os grupos participantes são o Shpongle, Kox Box, Etnica, Hallucinogen, Pleiadians e Entriopia. Quem se interessar pode checar na Internet os sites dos grupos e os endereços www.southafrica2000.com e www.solipse.com/brasil. Se jogue.

ADIOU um pouco a abertura do novo clube do promoter Oscar Bueno, do after-hours Lov.e in Paradise. Segundo ele, a estrutura do prédio ali na Augusta não iria dar conta de 300 pessoas batendo o pé com tecno e iria ceder. "Aí sim seríamos underground", brinca Oscar, que jura que já tem um outro lugar na meia e as reformas vão começar em breve. Enquanto isso, Oscar faz nova noite de house com Mimi e Régis no simpático DJ Club (Franca com Pamplona), às quintas. Lá mesmo onde aos sábados rola a noite do Edu Corelli, também de house. Cheio de cultura musical, Corelli dança pencas e se diverte. A noite está bem simpática, tranquila, um bom warm-up. Frequentada por diferentes segmentos como Paulo Modena, Marcio Neves, Marcelo Mo'Better, Hoeberson Herbie e Edson Cordeiro.

NO feriadão tem hoje a estréia do show novo da BASE/Diesel, Heartbreak Hotel. E, depois de quase vender sua parte BASE, Angelo Leuzzi assume a casa de vez. Aos 44 anos, Angelo agora é avô. Vovô clubber, então! Victor Leuzzi Sanchez já nasce com nome de dono de clube. Ou de DJ! No Rio tem X-Demente amanhã, com decoração nova (!!!) de Cao Albuquerque, inspirada no Descobrimento, com coqueiros, bananeiras e cipós. No som, Pareto, Tatá e Dudu. Já quem optar por ir à praia -paulista- no feriado tem, também hoje, a DJ Sister Bliss, do Faithless, no Sirena de Maresias. Sister Bliss passou a semana na praia, hospedada por Marcos Campos, recém-chegado de tour por Miami, Nova York e Londres.
E, por falar em Miami, todo mundo que foi ao Winter Music Conference (e esse foi o ano da brasileirada, né?), e a mídia internacional também, está dizendo que a melhor noite foi mesmo a de Danny Tenaglia. E diz que as músicas que detonaram no evento foram "You See The Trouble With Me", do Black Legend, uma coisa absurda, incrível, que usa uma música do Barry White (você vai saber quando ouvir, alguns DJs em São Paulo já têm), e "When The World Is Running Down", Different Gear vs.The Police, hypada por Little Louie Vega (eu achei meio esquisita).

RAPHAEL, o absurdo performer da noite de Junior Vasquez no Twilo, está fazendo Madonna, desta vez num número de "American Pie". E quem gosta da música pode dar um download em www.walrus.com/suave/american.ram.

E quem veio e não fez muita diferença foi Satoshi Tomiie, que tocou na última quinta-feira na U-Turn. Tímido, ele parecia estar gravando uma fita, quase nem olhava para as pessoas na pista e não conseguiu empolgar. Com mixagens corretas, mas sem mais efeitos, tocou uma house dispersa e impessoal, que cresceu somente nos momentos de batidas mais tribais, lá pelas 3h. E só.

ESTÁ acompanhando isso? Depois que Tommy Hilfiger desistiu da compra, ninguém mais quis comprar a Calvin Klein e o executivo decidiu manter a empresa em seu nome. Sign of the times, talvez?


E-mail: palomino@uol.com.br


E lembre-se: é hora de Brasil! E o relógio recomeça a contar a partir da abertura da exposição "Brasil + 500", no Ibirapuera. E boa Páscoa.


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