São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"PATTY DIPHUSA"

Elementos desabam em cena

da Reportagem Local

"Patty Diphusa" tinha tudo para dar certo. O texto, de Pedro Almodóvar adaptado por Chistiane Tricerri, embora ainda merecesse cortes e mudanças para atenuar seu caráter descritivo, é rico em imagens e situações teatrais. É abusado como o cineasta em seus filmes, sem deixar de apontar a dramaticidade sob as caricaturas.
A direção de Fernando Guerreiro, que pode ser descrito como a versão baiana de Almodóvar, é perfeita para "Patty Diphusa" -o nome da protagonista, uma estrela pornô tornada celebridade. Os cenários e figurinos de Osvaldo Gabrieli têm uma exuberância de cores que anunciam um espetáculo alegremente irresponsável.
Da interpretação de Milhem Cortaz à luz de Guilherme Bonfanti e ao design gráfico de Rafic Farah, nada poderia ser melhor.
Mas algo acontece ou, melhor, deixa de acontecer com Christiane Tricerri, que faz a personagem-título e praticamente não sai do palco. Ela tem os seus momentos, mas não demora, e uma evidência se impõe: ela simplesmente não é engraçada, como Patty Diphusa. Guerreiro, que tornou até Raul Gazolla engraçado em "Camila Baker", não consegue dela o que tirou do ator: a aceitação do ridículo, a compaixão cômica pelo personagem.
Um a um, todos os elementos reunidos na belíssima produção de Fernanda Signorini -uma produtora ímpar no teatro paulistano- vão desabando. E o projeto idealizado pela própria atriz afunda impiedosamente. (NS)


Avaliação:  

Peça: Patty Diphusa
Quando: qui. a sáb., às 21h30; dom., às 20h
Onde: TBC, sala TBC (r. Major Diogo, 315, tel. 0/xx/11/3115-4622)
Quanto: de R$ 15 a R$ 25


Texto Anterior: "A.M.I.G.A.S": Peça não é ruim, diverte
Próximo Texto: Cinema / "Goya": Saura pinta Goya reminiscente
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.