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Adaptação foi feita sobre improvisos abertos a testes e opinião do público
DA REPORTAGEM LOCAL
Faz dois anos já que essa novela começou. A peça "O Idiota" nasceu de leituras realizadas na Oficina Mário de Andrade, na Barra Funda, com participação aberta a quem se inscrevesse. Bem lentamente, foi
tomando a forma de teatro,
com adaptação livre que não
primou pela fidelidade do enredo, apenas por um sentido mais
amplo da obra de Dostoiévski,
como explica Aury Porto.
O roteiro dramatúrgico foi
sendo testado, pedaço a pedaço. Aury escrevia, de início com
auxílio do ator russo Vadim Nikitin, um trecho para cada um
dos 12 capítulos do livro. Esse
trecho era encenado por ele,
Luah Guimarãez, Cibele Forjaz
e outros atores, sempre com
abertura para improvisos, e
voltava para a escrivaninha.
Mexe daqui, mexe dali, um
"Idiota" mais conciso (e meio
brazuca) foi deixando o papel.
O processo ainda foi aberto
ao público, em ensaios pelo interior de São Paulo. Nessa fase,
a compreensão dos espectadores era testada, ainda que a história não fosse sempre encenada do início ao fim. Mais mudanças resultaram em fusões
de personagens e na anulação
de alguns, conta Aury. O reprimido Gania, por exemplo, não
tenta se matar no original, mas,
na versão brasileira para teatro,
toma emprestada a cena trágica
de um outro personagem.
A depuração dos ensaios começou em outubro. Cibele Forjaz procurou dar um tratamento de linguagem diferente para
os capítulos, "alguns são realistas, outros surrealistas, outros
um novelão", diz.
(GF)
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