São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2010

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Adaptação foi feita sobre improvisos abertos a testes e opinião do público

DA REPORTAGEM LOCAL

Faz dois anos já que essa novela começou. A peça "O Idiota" nasceu de leituras realizadas na Oficina Mário de Andrade, na Barra Funda, com participação aberta a quem se inscrevesse. Bem lentamente, foi tomando a forma de teatro, com adaptação livre que não primou pela fidelidade do enredo, apenas por um sentido mais amplo da obra de Dostoiévski, como explica Aury Porto.
O roteiro dramatúrgico foi sendo testado, pedaço a pedaço. Aury escrevia, de início com auxílio do ator russo Vadim Nikitin, um trecho para cada um dos 12 capítulos do livro. Esse trecho era encenado por ele, Luah Guimarãez, Cibele Forjaz e outros atores, sempre com abertura para improvisos, e voltava para a escrivaninha. Mexe daqui, mexe dali, um "Idiota" mais conciso (e meio brazuca) foi deixando o papel.
O processo ainda foi aberto ao público, em ensaios pelo interior de São Paulo. Nessa fase, a compreensão dos espectadores era testada, ainda que a história não fosse sempre encenada do início ao fim. Mais mudanças resultaram em fusões de personagens e na anulação de alguns, conta Aury. O reprimido Gania, por exemplo, não tenta se matar no original, mas, na versão brasileira para teatro, toma emprestada a cena trágica de um outro personagem.
A depuração dos ensaios começou em outubro. Cibele Forjaz procurou dar um tratamento de linguagem diferente para os capítulos, "alguns são realistas, outros surrealistas, outros um novelão", diz. (GF)

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