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Pan e Abril falam em "projetos de marketing"
DA REPORTAGEM LOCAL
A rádio Jovem Pan e representantes da extinta gravadora Abril Music (citadas
por Midani no esquema de pagamento para execução
de músicas) defendem que atualmente os acordos não
configuram mais jabá, e sim "projetos de marketing".
A diferença, segundo eles, é que hoje a negociação é feita às claras e com nota fiscal.
"Esse assunto de jabá é uma história velha do rádio,
que já mudou há muito tempo. Hoje, trocaria a palavra
jabá por projetos de marketing, até porque essa verba
tem nota fiscal, pagamento
de impostos, contratos", diz
o proprietário da Jovem Pan,
Antonio Augusto Amaral de
Carvalho Filho, o Tutinha.
"Assim como a gravadora
paga para fazer videoclipes,
brindes e colocar artistas novos na TV, por que não pagar as rádios, que são os veículos que fazem os artistas
acontecerem?", questiona
Tutinha, também diretor vice-presidente da empresa.
Ele diz que a Pan está inserida na "estratégia de marketing das gravadoras". "Fazemos lançamentos de CDs
de artistas novos com elas, e
é óbvio que também tocamos essas músicas porque
queremos vender discos."
Para Tutinha, a palavra jabá só "pode ser usada quando o proprietário da empresa não está ciente da negociação entre a gravadora e
um funcionário da rádio".
Pela Abril Music, o ex-diretor financeiro Eduardo
Assumpção também rebate
a validade do termo "jabá".
"Esse nome não é bem-vindo pela indústria, apesar
de largamente utilizado. O
que as gravadoras fazem é
promoção." É o que defendia o ex-presidente da gravadora, Marcos Maynard, que
diz que não vai se pronunciar sobre a fala de Midani.
Sobre a afirmação de Midani de que a Abril teria inflacionado o mercado por
causa de jabá, Assumpção
afirma: "Por ser uma empresa nova e não possuir catálogo, a Abril tinha um gasto
percentual de marketing
maior que os de outras gravadoras. Mas não consigo
dizer se gastávamos mais
que as outras ou não".
Sobre a afirmação de Midani de que a gravadora fechou com prejuízo relacionado ao jabá, diz: "A Abril,
no acumulado de cinco
anos, não obteve lucro. Mas
não posso quantificar, por
questão de foro íntimo do
Grupo Abril".
(PAS e LM)
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