DA REPORTAGEM LOCAL

A Mostra Sesc de Artes - Latinidades também inclui grupos brasileiros na programação teatral, como o Oficina ("Os Sertões - O Homem"), o Núcleo Bartolomeu de Teatro ("Acordei Que Sonhava") e o Sobrevento, este com 16 anos de teatro de animação condensados na sua pesquisa mais radical, "Submundo".
O espetáculo estreou no ano passado, no Rio, e traz a fusão de atores com bonecos, coreografias e músicos que executam a trilha ao vivo, tudo isso com uma pitada de realismo mágico.
Segundo o ator e encenador Luiz André Cherubini, 37, "Submundo" traz cenas sobre o Terceiro Mundo -não sob a perspectiva econômica, mas, sim, por meio da trajetória de pessoas ou sociedades que são exploradas. "São histórias dos que sofrem, estão angustiados, mas não deixam de encontrar esperança e alguma forma de resistência", diz.
Tampouco o espetáculo traz mensagens morais ou políticas, o discurso pelo discurso. "O espetáculo não fala de miséria, pobreza ou fome com a estética mundo-cão que está na moda. Procuramos transcender por meio do discurso poético", afirma o ator.
Boa parte da ação de "Submundo" se passa em um engradado de ferro, conforme a cenografia de Daniela Thomas e André Cortez.
A direção musical é de Henrique Annes, também compositor da trilha e fundador da Oficina de Cordas de Pernambuco e compositor da trilha da peça.
A participação no Latinidades é apenas o começo dos projetos que o Sobrevento desenvolve em São Paulo este ano. "Submundo" segue depois com temporada popular no CCSP, a partir de 4/9.
Antes, a partir de hoje, o grupo dá início ao projeto Bonecos Aqui, contemplado pelo Programa de Fomento, que prevê uma mostra itinerante por bairros da zona leste de São Paulo, com três peças, exposições e oficinas de iniciação ao teatro de animação, tudo com entrada franca. O Sobrevento também é patrocinado pela Petrobras.