São Paulo, sexta-feira, 21 de setembro de 2007

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Digitalism grava em bunker e anima pista

Dupla alemã tem seu álbum de estréia lançado no país e tocará em São Paulo

Músicos construíram estúdio em antigo abrigo da Segunda Guerra Mundial; faixas produzidas por eles misturam rock e dance

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

A dupla Digitalism é dos nomes mais conhecidos da dance music, mas em seu próprio país, a Alemanha, sente-se isolada. Primeiro, pelo tipo de dance music que faz. Depois, porque eles vivem num bunker.
Amigos de infância, Jens Moelle e Ismail "Isi" Tüfekçi vivem em Hamburgo, no norte da Alemanha, e passaram a ser comentados (e dançados) desde 2005, a partir de remixes de gente como Futureheads, Tom Vek e Depeche Mode.
É um ponto de vista roqueiro da pista de dança, algo que encontra semelhança na França (com Justice, Sebastian e todo o povo do selo Ed Banger), Inglaterra (Erol Alkan, Paul Epworth, Optimo) e Bélgica (2ManyDJs, The Glimmers).
Mas, em seu território, não é bem assim. "Na Alemanha, o tecno e o minimal são muito populares. Berlim, Colônia e Frankfurt são as principais cidades [para a dance music]", conta Isi, por telefone. "É muito interessante, porque somos o oposto do som alemão. Em Hamburgo, ficamos meio isolados, não encontramos muito os outros DJs e produtores."
Algumas das faixas próprias da banda, como "Zdarlight" e "Jupiter Room", são pontuadas por batidas fortes, sintetizadores estridentes e uma dinâmica enérgica. São faixas que estão no disco "Idealism", que a EMI acaba de lançar por aqui.
A dupla apresentará o álbum ao vivo em São Paulo, em 6 de outubro, no clube Clash.

Bunker
Lançado em junho na Europa, "Idealism" alcançou lugares altos nas paradas da França, Bélgica, Japão e Inglaterra. "Ficamos surpresos. Talvez o público esteja mais aberto à dance music. Hoje mistura-se punk, rave, músicas mais antigas, e muita gente está adorando. Mostra que estamos no caminho certo", afirma Isi.
Esse ecletismo não apareceu de repente: "Jens e eu sempre ouvimos diferentes tipos de música. Ele, por exemplo, tocava rap, enquanto eu buscava sonoridades dos anos 70".
Isso foi há cerca de sete anos, quando os dois trabalhavam em lojas de discos e distribuidoras. "Ficávamos entediados porque tínhamos a impressão de que lançavam o mesmo disco várias e várias vezes. Não ouvíamos músicas excitantes. Então decidimos fazer algo da nossa maneira."
E, para isso, arrumaram um lugar ideal: um bunker desativado, herança da Segunda Guerra Mundial, que transformaram em estúdio. "É uma das influências na nossa música. A dureza, a rusticidade do bunker definitivamente nos inspira."


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