São Paulo, sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CDs

MPB
Cê ao Vivo
CAETANO VELOSO
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 30, em média;
Avaliação: ótimo
A mesmice marqueteira dos discos ao vivo é bem contornada aqui por Caetano Veloso. Das 17 faixas, apenas seis estão no "Cê" de estúdio, e a maioria das outras tem estreita ligação com a sonoridade roqueira e o humor meio cruel/meio debochado do CD de 2006. Estão neste caso "Nine Out of Ten" e "You Don't Know Me", do disco "Transa" (1972), "Como Dois e Dois" e "Fora da Ordem", que parecem cada vez mais vivas. A homoerótica "Amor Mais que Discreto" é a inédita do repertório, que concilia a beleza de "O Homem Velho" com a força de "Rocks".
POR QUE OUVIR: ser ao vivo permite escutar as mulheres vibrando em "Homem" e todos em "Odeio" ("Odeio você..."). (LFV)

Instrumental Brasil em 3 por 4
RICARDO HERZ
Gravadora:
Eldorado; Quanto: R$ 20, em média;
Avaliação: bom
Em curioso experimento, impossível de repetir fora do estúdio, Ricardo Herz se transforma em uma orquestra de violinos, acompanhando a si mesmo em um variado repertório de MPB, que vai de Pixinguinha ("Rosa") e Garoto ("Desvairada") a Djavan ("Oceano") e Toquinho ("O Caderno"). Sem apelar para o recurso fácil do uníssono, o violinista constrói contrapontos que valorizam a beleza melódica das canções, mantendo-as, no entanto, reconhecíveis para o ouvinte.
POR QUE OUVIR: Herz passa longe do "kitsch" que usualmente acompanha incursões de violinistas no repertório popular e realiza um disco fácil de ouvir e de agradar, mas sem ser piegas. (IRINEU FRANCO PERPETUO)

Rock
Carne
MUKEKA DI RATO
Gravadora:
Deck Disc; Quanto: R$ 20, em média;
Avaliação: bom Há semanas a Folha reportou que paladares mais apurados estão saboreando cortes eqüinos. O que dizer então sobre aqueles que já comeram carne de rato para matar a fome -fato que inspirou esta banda capixaba a batizar-se singelamente como Mukeka di Rato? Se o assunto soa indigesto, o quinto disco dos trapalhões do hardcore de Vila Velha não é nenhum tratado gastronômico, mas revela-se um chute certeiro no estômago, em especial neste ano de bois gordos para uns e vacas magras para outros.
POR QUE OUVIR: A estréia do MDR na Deck Disc coincide com o retorno do primeiro vocalista do grupo, Sandro. Se a sua praia é barulho, mas sem perder o bom humor e a fina ironia, a diversão é garantida. (JEAN CANUTO)

Jazz/pop
The Very Best of DIANA KRALL
Gravadora:
Verve/Universal; Quanto: R$ 40;
Avaliação: bom
O visual e o marketing foram essenciais para que Diana Krall conseguisse atingir o grande público com seu jazz-pop retrô. Nada mais adequado, então, do que esta compilação de faixas de seus álbuns da última década, reforçada por um DVD com videoclipes e apresentações ao vivo. A fórmula musical da cantora e pianista canadense fica evidente nessa retrospectiva: de assumida seguidora de Nat King Cole, ela foi se aproximando cada vez mais dos sussurros e trejeitos sensuais de cantoras como Julie London ou Peggy Lee. Já nos últimos anos, o verniz de bossa nova deu o toque final à receita.
POR QUE OUVIR: Para quem não se incomoda com tanta redundância, um prato cheio e bem-decorado de mais do mesmo. (CARLOS CALADO)

MPB
Matizes
DJAVAN
Gravadora:
Luanda; Quanto: R$ 25, em média;
Avaliação: bom
No segundo CD de inéditas por sua própria gravadora, Djavan traz suas canções típicas, no que isso tem de bom -aqui predominando- e de ruim. O samba está mais audível, como na boa faixa-título e em "Mea-Culpa". Já "Delírio dos Mortais" escorrega em referências banais ao Rio. "Imposto" tem melodia que quase clama por uma letra romântica, mas em que se entoa "IPVA, IPTU/ CPMF forever"... A estranheza é corajosa, mas dá vontade de rir. Ao lamentar a realidade, ele é melhor em "Por uma Vida em Paz". Marcante é a sua eficiência pop, a capacidade que tem de fazer canções que grudam nos ouvidos. A nova "Pedra" é o melhor exemplo.
POR QUE OUVIR: é Djavan para quem gosta de Djavan ou não quer resistir às suas qualidades. (LFV)


Texto Anterior: Livro aborda a recuperação do bairro
Próximo Texto: Crítica/"Bem-Vindo a São Paulo": Estranhamento do olhar une episódios em boa reflexão sobre SP
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.