São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 2002

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CRÍTICA

"Marie-Jo" é aposta de risco

DO CRÍTICO DA FOLHA

"O que me interessa é como os homens nascem, vivem, casam, trabalham e morrem. Como se amam e como se separam. Seus gestos cotidianos", diz um personagem de "Marie-Jo et Ses Deux Amours", em discurso que podemos reportar ao autor do filme, Robert Guédiguian.
O cineasta vem renovando o quadro do cinema de esquerda francês, sem se render a perspectivas por demais socializantes.
Aqui, ele investe numa história de ruptura familiar, apostando mais na intimidade das personagens. Uma aposta de risco: sua direção não correrá sem tropeções. Mas é das imperfeições que nasce o sentido autoral da obra.
Guédiguian nos apresenta Marie-Jo no alto de um penhasco, com um canivete nas mãos, sob o som de "A Morte e a Donzela", de Schubert, e após uma citação de Dante sobre vidas que se perdem no meio de seu caminho.
Quando o suicídio esboçado se revela um pequeno lapso em meio a um passeio dominical com o marido e a filha, é com o destino de sua família, e já não mais apenas com o dela, que começamos a nos preocupar. (TMM)


Marie-Jo et Ses Deux Amours
   
Direção: Robert Guédiguian
Produção: França, 2002
Quando: hoje, às 19h25, na Sala Cinemateca; dia 28, às 21h30, no Unibanco Arteplex; dia 29, às 18h35, na Sala UOL



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