São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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Atriz teve sua cia. entre os anos 40 e 70

DE REPORTAGEM LOCAL

Quando mocinha, 14, 15 anos, Maria Della Costa gostava de "botar salto alto e se borrar com a maquiagem". Ela nasceu Gentilie Maria Marchioro Della Costa, no município de Flores da Cunha, na serra gaúcha, filha de um caçador e de uma roceira. Devido à difícil relação com o pai, mãe e filha mudaram-se para Porto Alegre.
Quando chegou ao Rio de Janeiro, Bibi Ferreira a convidou para fazer uma ponta em "A Moreninha" (1945). Contava 19 anos.
No final dos anos 40, ela e o marido Sandro Polloni fundaram a cia. Maria Della Costa. Em 1953, vão à Itália e trazem o diretor e cenógrafo Gianni Ratto para inaugurar o teatro da r. Paim, 72, bairro da Bela Vista. Entre os autores encenados até 74, quando a cia. acaba, estão Górki, O'Neill, Goldoni, Lorca, Arthur Miller, Brecht, Guarnieri, Nelson Rodrigues...
Encenou grandes autores até 1974, quando a cia. acabou. Della Costa fez poucas incursões pelo cinema e pela televisão. "Para ser atriz, comi o pão que o diabo amassou. Não foi como hoje, quando qualquer modelo faz teatro e menina bonita entra fácil na mídia", diz.
Neste ano, ela ficou 15 dias internada por causa de infecção nos brônquios, mas passa bem. A atriz não pôde ter filhos. "Se tivesse, teria abandonado o teatro. Jamais deixaria meu filho nas mãos de quem quer que fosse. Eu lhe daria carinho, coisa que não tive muito na infância, só por parte de minha mãe. Mas não sou infeliz por isso. Fiz muitas mães no palco." (VS)


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