São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2008

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Bill Frisell pede "mente aberta" ao público

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não é à toa que já o chamaram de "cientista maluco", de "fora da lei" ou até de "Clark Kent da guitarra". Herói das cordas eletrificadas, o norte-americano Bill Frisell, 57, desafia, há três décadas, as supostas fronteiras do jazz com outros gêneros musicais, como o rock, o country e o rhythm'n'blues.
"Para mim, o jazz é um lugar em que qualquer coisa é possível. Nele, você usa tudo o que sabe, é livre para se expressar de maneira pessoal", diz o guitarrista e compositor que o Tim Festival escalou para sexta (em São Paulo) e sábado (no Rio), em noites que também incluem o pianista italiano Enrico Pieranunzi e o trompetista polonês Tomasz Stanko.
Com mais de 30 álbuns lançados, Frisell tem, desde a década passada, presença obrigatória nas enquetes que as revistas especializadas promovem para eleger os melhores músicos do jazz. Mesmo assim, ele parece não perder a humildade e o jeito de garotão interiorano.
"Acho que ainda tenho muito a aprender", diz, contando que continua se surpreendendo ao ser elogiado pela inventividade de seus improvisos e composições. "Sinto que não me conheço direito. Ouço coisas que gosto e tento imitá-las, mas, mesmo que eu consiga fazer isso do meu jeito, fico com a impressão de que sempre falta algo."
Em sua terceira visita ao país, Frisell vem com o baixista Tony Scherr e o baterista Kenny Wollesen. O repertório será definido na hora do show.
"É difícil antecipar o que vamos tocar, porque o trio é a formação que mais abre possibilidades. Só posso dizer que vou tocar alguns temas do álbum "History, Mistery", mesmo que nossa formação seja mais reduzida", diz ele, referindo-se ao CD que a Warner acaba de lançar aqui e que conta com um octeto com sopros e cordas. "Espero que as pessoas possam ouvir o que tocamos com a mente aberta. Já disseram que minha música não é jazz, mas não conheço outro nome para me referir a ela", conclui o eclético guitarrista. (CC)


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