SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

A platéia do 41º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro acolheu com entusiasmo o primeiro longa da competição, exibido na noite de quarta -enquanto a cidade abrigava o jogo Brasil x Portugal.
"O Milagre de Santa Luzia", de Sérgio Roizenblit, foi diversas vezes aplaudido.
Ancorado na presença do sanfoneiro Dominguinhos, o documentário vai de João Pessoa, onde vivia o músico Sivuca, ao interior do Rio Grande do Sul, para registrar diversos instrumentistas e os ritmos mais característicos da sanfona.
Roizenblit afirmou, antes da sessão, que "O Milagre de Santa Luzia" é "um filme sobre o Brasil não-oficial, aquele que Ariano Suassuna chama de Brasil real".
Para ele, "vivemos um dos momentos de mais auto-estima nos últimos anos", o que teria relação com a profusão da produção documental no país, já que "o brasileiro está ávido de si mesmo".
Em debate ontem, ao comentar as imagens exuberantes que o filme traz de regiões como o Pantanal, os pampas e o sertão, o diretor disse: "Fui bastante ufanista. A obrigação maior do artista é ter um olhar generoso. Optei por falar bem do país. Se tiver que errar, prefiro errar no exagero do elogio".


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