RICARDO CALIL
de Nova York

A crise econômica mundial não afetou profundamente o mercado de arte. Essa foi a conclusão sobre a venda da tela "Retrato do Artista sem Barba" (1889), de Vincent Van Gogh, por US$ 71,5 milhões, em leilão realizado anteontem à noite, na Christie's de Nova York.
É o terceiro maior valor já pago por um quadro em um leilão em toda a história -atrás apenas de "Retrato do Dr. Gachet" (US$ 82,5 milhões), também de Van Gogh, e de "Au Moulin de la Galette" (US$ 78,1 milhões), de Auguste Renoir, compradas em 1990 pelo colecionador japonês Ryoei Saito.
"O mercado continua bom para obras de grande qualidade", afirmou Christopher Burge, presidente da Christie's para as Américas e leiloeiro da noite de anteontem.
A prova é que o "Retrato do Artista sem Barba", arrematado via telefone por um comprador que preferiu ficar anônimo, estava avaliado em US$ 20 milhões.
O alto preço atingido pela tela de Van Gogh não foi caso isolado. No leilão realizado anteontem pela Christie's, o valor recorde pago anteriormente por uma obra de René Magritte, US$ 3,9 milhões, foi quebrado três vezes. O novo recorde ficou com "Les Valeurs Personelles", arrematado pelo San Francisco Museum of Modern Art por US$ 7,1 milhões. "Le Tombeau des Lutteurs" (US$ 5,7 milhões) e "Les Fils de l'Homme" (US$ 5,4 milhões) também ultrapassaram a marca anterior.
Não poderia haver momento mais adequado para comprovar a crescente valorização do artista belga no mundo das artes: o centenário de seu nascimento será comemorado hoje.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice