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Grupo lembra ingleses e alemães
e da Agência Folha
A participação direta nas invasões de famílias sem-teto do Estado do Piauí é algo parecido com as
ações promovidas por grupos
anarcopunks europeus, em especial ingleses e alemães, em meados
da década de 80.
É o que avalia a professora da
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas) Kênia Kemp, autora
de tese de mestrado sobre esse assunto.
Formados por desempregados,
os jovens europeus invadiram prédios abandonados do governo (os
chamados "squats") e passaram a
viver em comunidade.
"O movimento anarcopunk sobreviveu em cima da militância
anarquista. Os anarcopunks realmente lêem os textos dos teóricos e
trabalham muito com panfletagem. É contracultura", afirma a
professora.
Verdade na Europa, verdade em
Teresina. Sempre com livros e cartilhas debaixo do braço, os componentes do Grupo de Estudos Anarquistas do Piauí se empenham para fundar uma biblioteca pública
sobre anarquismo.
Os anarcopunks de Teresina ajudaram a construir um grupo escolar dentro da vila Irmã Dulce, local
que invadiram e onde vivem hoje
cerca de 5.000 famílias.
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Punks da periferia
Na periferia de São Paulo, também existem grupos punks ligados
a ações sociais.
Esses grupos são influenciados
pelo EZLN (Exército Zapatista de
Libertação Nacional), movimento
liderado pelo subcomandante
Marcos, do Estado de Chiapas, no
México.
Os paulistas não realizam invasões, mas participam de atos de
apoio tanto a grupos de sem-terra
quanto de sem-teto.
Os agrupamentos anarquistas de
São Paulo também realizam o que
eles chamam de ações solidárias
permanentes.
Entre essas ações estão, por
exemplo, a distribuição de sopa e
alimentos para moradores de rua e
favelados.
(XS e FABIANA PEREIRA)
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