São Paulo, Terça-feira, 21 de Dezembro de 1999 |
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PAULO MEYER & THE BURNING BUSH da Redação Há bandas que nasceram para tocar em bares. Esse é o caso do grupo de blues Paulo Meyer & the Burning Bush. "Blues", primeiro CD desse grupo que tem Parati como base, é uma prova de que a empolgação que estimula uma platéia anestesiada pelo álcool não funciona em casa. Berros fazem o papel de canto. Frases repetitivas são elevadas à categoria de improviso. A correção -e não mais que isso- entra em campo para escamotear a falta de originalidade nos arranjos. Para piorar, a banda se mete a reler clássicos do cancioneiro norte-americano. "(Sitting on) The Dock of the Bay", "Blowing in the Wind" e "Like a Rolling Stone" são exemplos. A comparação com os originais é inevitável. O resultado, desastroso. Nas composições próprias, fica evidente a capacidade que a banda tem para formar uma base coesa e (nas músicas mais aceleradas) dançante. Mas isso é o mínimo que se espera de um agrupamento dedicado ao blues. Louve-se o esforço da banda para produzir letras em português. O problema é que elas soam como traduções. Não há ali talento para adaptar a atmosfera do discurso blueseiro a uma língua que abriga palavras proparoxítonas. Mas esse é um problema generalizado. Desde o Cazuza dos primórdios do Barão Vermelho, não são compostos blues decentes em português. (EF) Avaliação:0 Disco: Blues Artista: Paulo Meyer & the Burning Bush Lançamento: Independente Quanto: R$ 18 (em média) Texto Anterior: Disco/Lançamentos - CDs têm blues feito abaixo da linha do Equador: Nuno Mindelis Próximo Texto: Lancaster Índice |
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