São Paulo, Terça-feira, 21 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LANCASTER

da Redação

Em fase de sedimentação. É assim que o guitarrista mineiro Lancaster, 36, chega ao seu terceiro CD, "A Beautiful Day for the Blues", com lançamento previsto para fevereiro do ano que vem.
Depois de ter passado pelo lado mais suingado do blues em "Working like a Slave" (de 96) e pela vertente mais texana e guitarreira do estilo em "Late Night Blues" (de 98), Lancaster fechou com a segunda e marca passo no novo trabalho.
Há progressos, mas são poucos e estão todos concentrados nas faixas mais lentas. É nelas que o guitarrista mostra que, com uma guitarra e um pouco mais de tempo para pensar, ele é capaz de tecer melodias que contam histórias com começo, meio e fim.
Paradoxalmente, é nesse tipo de blues lento que a maior deficiência de Lancaster dá o ar da graça: o canto. Por deixar mais espaços vazios nos arranjos, esse tipo de música exige verdadeiros malabarismos vocais no final das frases.
O guitarrista bem que tenta, mas é impossível para sua voz de branco simular a ginga vocal dos negros. Ele ainda não consegue fazer com a garganta o que faz com as mãos.
Essas características aparecem plenamente já na faixa-título, que abre o CD.
Nas demais canções, Lancaster mostra que é um aluno aplicado dos grandes mestres. Mesclando números cantados com outros instrumentais, ele jamais deixa a peteca cair e produz solos coerentes.
O único problema nesse item é a falta de identidade. Em seus shows, fica claro para a platéia que ele sabe tocar o blues, mas Lancaster precisa criar seu cartão de visitas blueseiro. (EF)

Avaliação:   

Disco: A Beautiful Day for the Blues Artista: Lancaster Gravadora: Molambo Quanto: R$ 20 (em média)


Texto Anterior: Paulo Meyer & The Burning Bush
Próximo Texto: Outros lançamentos
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.