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Companhias dançam para São Paulo
KATIA CALSAVARA
DA REDAÇÃO
Três das melhores companhias
de dança da cidade, o Ballet Stagium, o Balé da Cidade de São
Paulo e o Cisne Negro Cia. de
Dança, comemoram o aniversário de São Paulo em cena, no palco do Sesc Vila Mariana, entre
amanhã e domingo.
O Stagium reapresenta uma de
suas obras-primas, o clássico
"Kuarup ou a Questão do Índio"
(1977), além de "Batucada"
(1979), ambas criações de Décio
Otero. ""Kuarup" é um documento que conjuga as forças da dança
e do teatro para mostrar a tragédia do índio condenado pela extinção", diz o coreógrafo.
Sucesso em platéias espalhadas
em diversos países da América
Latina, em "Batucada" (1979) os
bailarinos multiplicam a ginga
brasileira ao som da percussão de
escolas de samba.
O Balé da Cidade de São Paulo
apresenta no sábado "Adagietto"
(1971), do coreógrafo argentino
Oscar Araiz, e "Queens/Black
Milk" (1989), criado pelo israelense Ohad Naharin.
O belíssimo pas-de-deux de
Araiz foi criado para o Ballet del
Teatro San Martín (Argentina)
em 1971, e desde então é dançado
por diversas companhias do
mundo. A obra foi incorporada
ao repertório do BCSP em 1990.
"Queens/Black Milk", dupla coreografia dividida para mulheres
e homens, mostra a representação
de força e poder das rainhas e
uma espécie de ritual em que os
bailarinos usam baldes de lama.
Na mesma noite, como convidados do BSCP, serão apresentadas as coreografias "Espaço Vazado", de Angela Nolf e Déborah
Furquim, e "Alta Necessidade",
de Cristian Duarte.
As duas criações venceram em
2003 o prêmio Braços e Pernas pela Cidade, do Centro Cultural São
Paulo, e também o APCA do ano
passado, na categoria destinada a
criadores e intérpretes. "É uma
excelente oportunidade de mostrar ao público o trabalho desses
talentos que estão na estrada há
anos e agora são reconhecidos",
diz Mônica Mion, diretora do
BCSP.
No domingo, os golpes entrecortados dos sonhos e as intrincadas relações entre histórias do cotidiano e outras imaginárias estão
em "Talvez Sonhar", coreografia
de Denise Namura e Michael Bugdahn para o Cisne Negro.
Em estréia em outubro do ano
passado, a atuação dos bailarinos
se mostrou surpreendente, porque deixaram evidentes seus "lados de atores" em cenas engraçadas e desprendidas da marcação
coreográfica. Tipos reclamões,
medrosos, inseguros surgiram
para "atuar-dançar" embalados
por melodias do brasileiro Heitor
Villa-Lobos (1887-1959).
Na mesma noite, há o "Cherché,
Trouvé, Perdu", do francês Patrick Delcroix. Nessa obra, a técnica dos bailarinos fica evidente na
performance de quatro casais que
se entrelaçam em focos quadrados de luz. A música, de Arvo
Part, contribui para criar o clima
hipnótico da dança.
ANIVERSÁRIO DE SÃO PAULO.
Três companhias de dança
contemporânea mostram obras de
diferentes coreógrafos. Quando:
amanhã e sábado, às 21h, e domingo, às
18h. Onde: Sesc Vila Mariana (r. Pelotas,
141, Vila Mariana, tel. 0/xx/11/5080-3000). Quanto: de R$ 5 a R$ 10
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