São Paulo, segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

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Presença conceitual preenche vácuo de negócios

DO ENVIADO A MADRI

Ficou vazio por todo o primeiro dia da Arco o estande da Helga de Alvear, uma das maiores galerias espanholas.
Isso até que homens entraram no pavilhão carregando duas letras de madeira, formando a palavra "no" (não) em tamanho gigante. Nem Santiago Sierra, o artista por trás da ação, nem ninguém da galeria deu as caras por lá.
No espaço vizinho, a cubana Tania Bruguera mandou polir uma reprodução do letreiro que ficava na entrada do campo de concentração de Auschwitz, gerando uma chuva de faíscas sobre o símbolo nazista, aquele roubado há pouco.
Essa presença conceitual, o que uns chamam de "gordura" numa feira, foi o ponto alto da Arco. Se colecionadores andam mais tímidos, curadores não arredaram pé do pavilhão dos Solo Projects, a parte da feira na qual galerias exibem um recorte sucinto da produção de um só artista escolhido.
Enquanto pelo menos 50 galerias abandonaram o evento nos últimos dois anos, e o preço da obra mais cara despencou da casa dos 20 milhões para 1,6 milhão, os recortes individuais dispostos ali têm outro potencial. Atestam o frescor dessa produção e têm apelo direto para as instituições.
Na cena árida em que se tornou o mercado espanhol, projetos menos comerciais, como os de Sierra e Bruguera, deram carne ao esqueleto das vendas. (SM)


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