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Arco quer renovar sua identidade artística
"Personalidade ibero-americana" seria saída para crise
DO ENVIADO A MADRI
No meio da enxurrada de críticas que vem recebendo por
esta edição da Arco, a diretora
da feira, Lourdes Fernández,
parece se aferrar à ideia de uma
"personalidade ibero-americana" para devolver o vigor perdido ao evento.
Faz quase 30 anos que a feira
funciona como exposição e
mercado de artistas em Madri,
mas é consenso entre galeristas
europeus que a Arco saiu perdendo na concorrência com a
Art Basel Miami Beach, criada
há oito anos.
Fernández, em meio a boatos
de que pretende se demitir do
cargo, aposta na representação
maciça de latino-americanos
como uma saída para sua feira
enfraquecida. "Precisamos
criar ainda uma grande personalidade", diz ela. "E essa personalidade é ibero-americana.
É uma oportunidade para arte
latino-americana entrar na Europa, esse deve ser o papel da
Arco, mas não se cria uma coisa
dessas da noite para o dia."
Mesmo com todo o esforço,
galeristas e analistas de mercado acreditam que não há interesse tão forte de colecionadores espanhóis para sustentar
esses novos planos. "Está havendo muita atenção das instituições, mas isso passa longe
dos colecionadores", diz Alejandro Zaia, diretor da Pinta,
feira de arte latina que terá uma
edição em Londres em junho.
"Museus servem para gerar
tendências de mercado, mas
não sustentam uma feira."
Paralela à Arco, a feira Just
Madrid aponta outra possível
saída para a crise. No lugar dos
gigantescos galpões de sua concorrente tradicional, vazios em
tempos de recessão, o evento
que estreou neste ano concentra poucas galerias, cada uma
com três artistas, num espaço
mais enxuto. Também com latino-americanos como foco,
acabou virando uma vitrine rápida da produção sem o desânimo de muito pavilhão para
pouca obra.
(SM)
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