São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 2009

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Karabtchevsky rege Osesp em "Falstaff"

Na Sala São Paulo, cantores vão representar personagens nas apresentações da última ópera de Verdi

JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Osesp estará entre hoje e domingo, com ingressos esgotados, sob a regência de Isaac Karabtchevsky, para três récitas de "Falstaff", a última ópera de Giuseppe Verdi (1813-1901).
Os músicos e o maestro permanecerão sobre o palco da Sala São Paulo, mas os cantores, em lugar de ficarem estáticos, representarão seus personagens sob a direção cênica de André Heller-Lopes.
"Falstaff" (1899), comédia baseada em Shakespeare, trará no papel título o barítono russo Albert Schagidullin. O italiano Marco di Felice, impedido por razões de saúde de cantar o papel de Ford, foi substituído por Leonardo Neiva. É a única mudança no elenco. Hoje e sexta, as récitas começam às 20h30.
Isaac Karabtchevsky afirma ter pela música de "Falstaff" "uma relação quase atávica", porque "algumas das facetas do personagem são inerentes a qualquer ser humano que tenha ultrapassado certa idade".
Durante os nove anos em que foi diretor musical do Teatro La Fenice, em Veneza, ele montou quatro produções dessa ópera -e a regeu também em Dusseldof e nos teatros municipais do Rio e de São Paulo.
Ele diz que é uma ópera "que exala movimento em cada palavra. Não se pode fazê-la de forma estática, como se faria por exemplo um "Tristão e Isolda", de Wagner, onde os personagens são como colunas dóricas plantadas no meio do palco. Para essa exigência de movimento a intervenção de André Heller foi fundamental".
Para as três récitas, diz o maestro, a orquestra recua e os cantores ficam na frente, mas não na forma do tradicional oratório. Eles se movimentam.

Versão semicênica
"Há, por exemplo, a simulação da cena em que Falstaff, dentro do cesto em que se escondeu, é atirado nas águas do Tâmisa. Não há figurinos, mas a iluminação é feita discretamente para supor a ação. É uma versão semicênica."
Quanto à Osesp, que ele não regia há nove anos -o fez em 2000 e foi excelentemente avaliado pelos músicos, mas talvez por isso mesmo vetado pelo então diretor artístico, John Neschling-, Karabtchevsky diz apenas que "por razões imponderáveis" não foi mais convidado para reger a orquestra.
Ele a qualifica de "exemplar" e afirma que ela atingiu um nível que "permite trabalhar sonoridades da maior textura, levando os músicos a compreender as razões poéticas escondidas na trama". "Em "Falstaff", a orquestra não só acompanha os cantores. É protagonista."
A seu ver, a qualidade de interpretação dos músicos permitiria que a atual produção se transformasse eventualmente em um excelente CD.


"FALSTAFF" COM A OSESP
Quando: hoje e sexta, às 20h30, e domingo, às 16h30; ingressos esgotados para as três apresentações
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16; tel. 0/xx/11/3223-3966)
Quanto: de R$ 30 a R$ 104
Classificação: 7 anos



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