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Interativo, Anima Mundi chega a SP amadurecido
Sites YouTube e Twitter são aliados na divulgação
CLARICE CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A 17ª edição do Anima Mundi
chega hoje a São Paulo de mãos
dadas com uma "vilã" da indústria cultural, a internet. Neste
ano, o festival apostou em redes
sociais como Facebook e Twitter (@anima_mundi) para se
aproximar do público, atraí-lo
para as sessões e divulgar vídeos da programação.
"No começo do YouTube, ficamos preocupados que ele pudesse prejudicar o festival, mas
ele criou um curioso perfil de
público que assiste aos curtas
na rede antes de programar
suas sessões", diz o diretor Cesar Coelho.
Assim, afirma, a internet, que
em tese poderia afastar das plateias quem assiste aos filmes
em casa, ajudou a fortalecer o
Anima Mundi -que recebeu 55
mil pessoas no Rio de Janeiro
na semana passada, um recorde, segundo a organização.
"Isso acabou referendando a credibilidade da curadoria do festival", diz Coelho.
Mais numerosa, a plateia se
tornou também mais madura,
segundo a também diretora Aída Queiroz. "É de se esperar
que o público vote em filmes leves, divertidos, mas neste ano
foram eleitos filmes mais sérios, mostrando que existe uma
preocupação maior com o conteúdo, não só com piadinhas."
Os temas ganharam densidade: pelo menos sete curtas tratam de transtornos como TOC
ou síndrome do pânico.
"É um
momento que explora novos
territórios na indústria. O sucesso de filmes como "Coraline", que é quase um filme de
horror para crianças, ajudam a
tirar o medo dos estúdios e estimulam que se façam filmes
mais maduros", diz Mike Cachuela do estúdio Laika, realizador do longa.
Sucesso de público no Rio, a
apresentação do making of de
"Coraline e o Mundo Secreto"
acontece hoje, às 22h, no Memorial da América Latina.
Mercado em alta
O bom momento da indústria foi o grande tema do Anima
Fórum, que neste ano aconteceu no Rio. Atualmente, são 12
os projetos de coprodução internacional, negócio que gira
em torno dos US$ 50 milhões.
"Estamos felizes com isso
pois o Anima Mundi atuou nesse cenário provando que havia
público para animação no Brasil, atraindo artistas e mobilizando a classe", diz Coelho.
Para o blogueiro e escritor
Amid Amidi, referência na
área, que fala amanhã às 19h, no
Memorial, é momento também
para debater as liberdades artísticas. "Nosso maior problema hoje são as interferências
dos executivos no processo
criativo. Há muito dinheiro envolvido, mas boa parte das animações vão fracassar porque
não se pode dizer a um pintor
como criar sua obra."
17º ANIMA MUNDI
Quando: de hoje a domingo
Onde: Memorial da América Latina
(av. Auro Soares de Moura Andrade,
664, tel. 0/xx/11/3823-4600) e
Centro Cultural Banco do Brasil (r.
Álvares Penteado, 112, tel. 0/xx/
11/3113-3651)
Quanto: de R$ 3 a R$ 6 no Memorial;
grátis no CCBB
Site: www.animamundi.com.br
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