São Paulo, quarta-feira, 22 de julho de 2009

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Interativo, Anima Mundi chega a SP amadurecido

Sites YouTube e Twitter são aliados na divulgação

CLARICE CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A 17ª edição do Anima Mundi chega hoje a São Paulo de mãos dadas com uma "vilã" da indústria cultural, a internet. Neste ano, o festival apostou em redes sociais como Facebook e Twitter (@anima_mundi) para se aproximar do público, atraí-lo para as sessões e divulgar vídeos da programação.
"No começo do YouTube, ficamos preocupados que ele pudesse prejudicar o festival, mas ele criou um curioso perfil de público que assiste aos curtas na rede antes de programar suas sessões", diz o diretor Cesar Coelho.
Assim, afirma, a internet, que em tese poderia afastar das plateias quem assiste aos filmes em casa, ajudou a fortalecer o Anima Mundi -que recebeu 55 mil pessoas no Rio de Janeiro na semana passada, um recorde, segundo a organização.
"Isso acabou referendando a credibilidade da curadoria do festival", diz Coelho. Mais numerosa, a plateia se tornou também mais madura, segundo a também diretora Aída Queiroz. "É de se esperar que o público vote em filmes leves, divertidos, mas neste ano foram eleitos filmes mais sérios, mostrando que existe uma preocupação maior com o conteúdo, não só com piadinhas."
Os temas ganharam densidade: pelo menos sete curtas tratam de transtornos como TOC ou síndrome do pânico.
"É um momento que explora novos territórios na indústria. O sucesso de filmes como "Coraline", que é quase um filme de horror para crianças, ajudam a tirar o medo dos estúdios e estimulam que se façam filmes mais maduros", diz Mike Cachuela do estúdio Laika, realizador do longa.
Sucesso de público no Rio, a apresentação do making of de "Coraline e o Mundo Secreto" acontece hoje, às 22h, no Memorial da América Latina.

Mercado em alta
O bom momento da indústria foi o grande tema do Anima Fórum, que neste ano aconteceu no Rio. Atualmente, são 12 os projetos de coprodução internacional, negócio que gira em torno dos US$ 50 milhões.
"Estamos felizes com isso pois o Anima Mundi atuou nesse cenário provando que havia público para animação no Brasil, atraindo artistas e mobilizando a classe", diz Coelho.
Para o blogueiro e escritor Amid Amidi, referência na área, que fala amanhã às 19h, no Memorial, é momento também para debater as liberdades artísticas. "Nosso maior problema hoje são as interferências dos executivos no processo criativo. Há muito dinheiro envolvido, mas boa parte das animações vão fracassar porque não se pode dizer a um pintor como criar sua obra."


17º ANIMA MUNDI

Quando: de hoje a domingo
Onde: Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, tel. 0/xx/11/3823-4600) e Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, tel. 0/xx/ 11/3113-3651)
Quanto: de R$ 3 a R$ 6 no Memorial; grátis no CCBB
Site: www.animamundi.com.br


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