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MÚSICA
Arctic Monkeys busca inspiração em Hendrix
Terceiro disco da banda, "Humbug", traz momentos sombrios e menos açucarados
Parcialmente gravado em um deserto, álbum é mais profundo que os anteriores, e letras deixam mais espaço para imaginação do público
Adam Warzava/Efe
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Alex Turner, vocalista do grupo inglês Arctic Monkeys, que lança seu terceiro CD, com influências de Black Sabbath e Jimi Hendrix
DE NOVA YORK
Um doce que leva mais tempo até você sentir o açúcar. É
assim que o baterista do Arctic
Monkeys, Matt Helders, definiu à Folha o novo disco da
banda inglesa, "Humbug", que
tem previsão de lançamento
para o final do próximo mês.
O título do álbum é engenhoso. Humbug é o nome de um
doce popular na Inglaterra,
mas também pode significar o
ato deliberado de enganar, e
ainda tem o sentido de "nonsense".
"Os dois primeiros álbuns
eram como doces bem açucarados, esse aqui requer um pouco
mais até você chegar no doce. É
a nossa analogia. E humbug é
também a expressão usada pelo Scrooge do "Conto de Natal"
do Dickens, porque ele não
gosta das coisas de Natal, então
o nome do disco soa um pouco
como uma piada", disse.
Deliberadamente, com a intenção de enganar ou não, Matt
afirma que as inspirações para
o disco vieram de artistas como
Black Sabbath e Jimi Hendrix.
Segundo ele, a banda quis experimentar um som mais obscuro e sombrio em momentos
pontuais.
"Não queríamos fazer um álbum inteiro assim, mas queríamos que esses momentos sombrios fossem especiais." Para
Matt, o novo disco é mais profundo que os anteriores e as letras deixam mais espaço para a
imaginação.
Desta vez, o baterista afirma
que a banda teve mais tempo
para se dedicar ao álbum.
"Humbug" foi gravado em parte em um estúdio no deserto,
em Joshua Tree, com coprodução de Josh Homme, do
Queens of the Stone Age.
"Queríamos trabalhar com
ele. Ficamos duas semanas no
deserto. O lugar trouxe uma atmosfera própria." A segunda
parte foi gravada no Brooklyn.
Apresentações
O álbum já tem uma música
lançada: "Crying Lightning".
Até o fim do ano, a banda se
apresentará na Alemanha, Bélgica, Inglaterra, França e nos
EUA. No ano que vem, pretendem tocar na América do Sul, e
Matt diz ter esperanças de voltar ao Brasil. Sobre a vinda ao
país em 2007, o baterista conta
que a banda ficou surpresa com
a receptividade do público.
"Nós não tínhamos nenhuma
ideia de como era o lugar, então
tudo foi novidade. Só sabíamos
das praias e do futebol. Ficamos bastante surpresos com a
quantidade de fãs que apareceram no hotel e no show", disse o
baterista.
Prestes a sair em turnê, Matt
afirma que, depois de um intervalo de quase dois anos, a banda
já está sentindo falta de tocar
ao vivo, e compara as diferentes
plateias para as quais já fizeram
shows.
"Os alemães são mais próximos dos ingleses, agressivos e
barulhentos.
No Japão, o público fica em pé e não diz nada.
Eles são educados e respeitosos, querem ouvir tudo o que
você fala. É uma experiência
muito diferente, mas uma hora
você aprende a lidar com tudo
isso."
(JANAINA LAGE)
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