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Livraria Cultura tem pioneirismo em vendas on-line
da Redação
A pioneira das livrarias brasileiras na Internet é a Cultura. Antes
mesmo de se falar em Internet, já
tinha um serviço de vendas no
BBS Mandic (BBS é um pequeno
serviço on-line não-conectado à
Internet), em 1994.
"Entramos na Internet em janeiro de 95, ainda com o Mandic", diz Pedro Herz, proprietário
da livraria. "Em julho de 96, mudamos para uma "casa própria',
um domínio independente."
Cerca de 5% a 6% do faturamento da livraria vem das vendas do
site. Em julho de 97, a Cultura recebeu 1.492 pedidos de livros (um
pedido pode significar um ou mais
livros) pela Internet e vendeu R$
99.506. No mesmo período, o total
de vendas da livraria (on-line e loja) foi de R$ 409.857. Entre janeiro
e julho, o total de pedidos do site
foi de 11.186 e o valor das vendas,
R$ 664.204; o total da livraria foi
de 1.325.337.
"Temos quatro pessoas para
responder e-mails e um plantão
no sábado", diz Herz. "As pessoas não querem esperar -recebemos 400 e-mails por dia."
Talvez por ter se estabelecido tão
cedo, o site da Cultura está em ligeira vantagem em relação a outros, de empresas bem maiores.
O site da Siciliano, instalado em
março de 97 nos servidores do
Universo Online (serviço de provimento de acesso e informação
na Internet dos grupos Folha e
Abril), fatura, de acordo com seu
presidente, Oswaldo Siciliano Jr.,
cerca de R$ 80 a R$ 90 mil por mês.
"O site equivale hoje ao faturamento de uma livraria pequena da
Siciliano", afirma. Siciliano diz
que o investimento inicial no sistema ficou entre R$ 30 e R$ 40 mil.
"Mas boa parte do custo é invisível. Há todo o sistema de inventário que nós já tínhamos, os funcionários que processam os pedidos
etc.", explica. "Não é tão fácil
quanto as pessoas pensam",
acrescenta. "Cada pedido pela Internet tem um trabalho manual.
Na loja, o funcionário simplesmente pega o livro na estante."
Siciliano afirma que sua livraria
tem um serviço muito rápido.
"Chegamos a atender pedidos entre 24 e 48 horas, porque já temos
uma estrutura. Alguns sites trabalham sem estoque e são obrigados
a fazer pedidos a cada encomenda.
Veja a Amazon, trabalhava sem
estoque, agora está montando um
depósito na Inglaterra, para suas
vendas européias."
Ele não revela quanto economiza nas vendas pela Internet. "Esse
é um dado estratégico que preferimos não divulgar", afirma. "Mas
posso dizer que o custo da venda
pela rede é menor."
Mesmo assim, as livrarias brasileiras mantêm os mesmos preços
nas lojas e nos sites. A Siciliano
tem um esquema de descontos
proporcionais no frete -quanto
mais livros o cliente compra, menos frete paga e se comprar o suficiente, pode até ter frete gratuito.
A norte-americana Barnes and
Noble, por exemplo, optou por reduzir os preços dos livros no site,
explicando que, como gasta menos do que nas lojas para vendê-los, pode cobrar menos.
Com a compra do Ática Shopping Cultural pela rede de lojas
francesa Fnac, o site da loja caiu
num limbo. O projeto era de responsabilidade do Ática Shopping,
totalmente independente do resto
do grupo. O site estreou no dia 15
de junho, após a notícia da venda
da livraria. "Não fizemos divulgação nenhuma", diz Marco Aurelio Moschella, webmaster responsável pela manutenção do site.
Segundo ele, o site do Ática
Shopping recebe "uns mil pedidos" por mês. O investimento inicial no desenvolvimento da loja
eletrônica foi de R$ 70 mil. Segundo Moschella, o site deve passar
por uma reformulação no começo
do ano que vem e vai passar a se
chamar Fnac, assim como o Ática
Shopping. "Provavelmente vamos vender de tudo, não só livros.
É assim o site da Fnac francesa",
diz o webmaster, que já registrou o
endereço www.fnac.com.br.
A única livraria que começou exclusivamente on-line e se tornou
relativamente conhecida no Brasil
é a Booknet. Sociedade entre o carioca Jack London e seu filho Diego, estreou na rede em março de
96. "No começo nós recebíamos
caixas de livros das editoras e digitávamos tudo a mão no banco de
dados", diz Diego London.
Segundo ele, a inspiração dos
dois foi a Amazon Books. Várias
características da livraria norte-americana foram copiadas por eles,
como o esquema de "franquias
virtuais" (são links em páginas de
outras pessoas ou empresas, levando a livros da Booknet. A livraria paga uma comissão por livro
comprado a partir desses links). A
Booknet tem ainda quiosques com
acesso à livraria, que podem ser
instalados em lojas.
A Booknet arrendou quatro lojas
da rede Curió, da Ediouro, três no
Rio de Janeiro e uma em Volta Redonda. Seus proprietários afirmam ter um faturamento bruto de
"R$ 500 mil a R$ 600 mil" e que o
lucro do site equivale a três vezes o
de suas lojas.
(ME)
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