São Paulo, sábado, 22 de agosto de 1998

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CLOSE-UP PLANET
Cantora islandesa, Marcelo D2 e Mike Paradinas se apresentaram anteontem no Rio de Janeiro
Björk vem da terra encantada e dá show no Rio

LEANDRO FORTINO
enviado especial ao Rio

Björk veio da Terra Encantada. Usando calça e vestido, brancos, com duas asas sanfonadas debaixo de cada braço e descalça, Björk encerrou a primeira noite do festival Close-Up Planet, anteontem, no Rio, que ainda contou com os shows de Marcelo D2 e do projeto u-Ziq, de Mike Paradinas.
Poucas horas antes da apresentação, a cantora islandesa passou o dia no parque de diversões Terra Encantada, bem ao lado do Metropolitan, na Barra da Tijuca, onde o show foi realizado com a metade da capacidade do local ocupada.
Acompanhada de um octeto de cordas e de um produtor que operava o sampler, Björk abriu a apresentação com seu último hit, "Hunter", e seguiu o mesmo clima etéreo até mais da metade da apresentação, misturando a delicadeza de instrumentos como violino e celo com o peso dos "beats" eletrônicos do trip hop.
Nos camarotes do Metropolitan circulavam famosos como Baby do Brasil, Fernanda Abreu, Daúde, Marisa Monte, Paulo Ricardo, Marina e Milton Nascimento, de quem a cantora é fã assumida (Milton disse que gostava mais do último CD de Björk, mas não sabia o nome do álbum da cantora, "Homogenic").
E quem disse que no Rio de Janeiro não há clubbers? Na pista circulavam "modernos" por todos os lados: roupas de plástico, homens maquiados, cabelos descoloridos, óculos escuros como tiara e o público GLS carioca. Todos vieram prestigiar a cantora, uma das figuras mais queridas dos adeptos da cultura dos clubes.
Mas eles só começaram a ferver de verdade quando Björk cantou seu primeiro sucesso no Brasil, a bela "Isobel", do álbum "Post", que abriu espaço para as músicas eletrônicas mais voltadas para as pistas, como "Human Behavior" e "Hyperballad", que, pela animação da platéia, foi a faixa que mais emplacou.
Björk ainda cantou "Violently Happy" e "Pluto", antes de se despedir com o velho "oprigado" já batido dos artistas estrangeiros que pisam por aqui, mas que ainda serve de motivo de delírio e aplausos do público.
Voltou para o bis e cantou "Joga" e "Play Dead", apresentou seus músicos e deixou o palco após uma hora e meia.
Quem abriu a noite, às 21h35, foi o projeto solo do vocalista do Planet Hemp, Marcelo D2, que lança seu disco de estréia, "Eu Tiro É Onda", no dia 8 de setembro.
O hip hop 100% nacional ficou meio embolado e não empolgou o público.
Logo depois, com um pequeno intervalo, subiu ao palco o inglês Mike Paradinas.



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