São Paulo, sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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Jurado do Pritzker exalta arquitetura "leve"

DO ENVIADO A MEDELLÍN

Pedras recortadas ou nuvens dentro da galeria chocaram visitantes da atual Bienal de Arquitetura de Veneza, dirigida pela japonesa Kazuyo Sejima, vencedora do último Pritzker, prêmio mais importante da área.
Do outro lado do mundo, a Bienal Ibero-americana de Arquitetura e Urbanismo reflete essa discussão abstrata do espaço com exemplos mais concretos, sem negar que a arquitetura avança em direção a algo mais sóbrio.
Elo entre o Pritzker e Medellín, o arquiteto costarriquenho Carlos Jiménez foi jurado da competição que premiou Sejima e seus projetos cheios de "vazios refinados" e esteve no comitê que escolheu os trabalhos mostrados agora na cidade colombiana.
"Vejo uma arquitetura saudável que se adapta ao contexto local", disse Jiménez à Folha num café em Medellín. "É entender o entorno e como o projeto se envolve com o que está ao redor."
Nesse ponto, fica evidente em projetos premiados pelo mundo, entre eles os de Sejima e seu escritório Sanaa, um retorno a preceitos do modernismo e suas tentativas de fusão mais que perfeita entre as áreas internas e externas de um projeto.
"Estamos ainda tentando entender a força da arquitetura moderna, que se adapta à singularidade de uma região", diz Jiménez. "Mas não é um retorno a algo que se perdeu. Às vezes, confundimos estilos com avanços."
São avanços que passam ao largo da febre que alimentou a arquitetura nos anos 90 e na primeira década deste século. Abortado com a recessão mundial, esse ciclo mirabolante agora cede espaço a uma arquitetura menos midiática e mais singela.
"Essa arquitetura mais midiática chega a nos entreter", diz Jiménez. "Mas são projetos restritos a um espaço quase virtual, feito de imagens."
Na era de refinamento minimalista que se anuncia, o despojamento e o respeito ao espaço circundante são palavras de ordem. "A mensagem é que arquitetura não precisa de tanto peso", diz Jiménez. "Ela pode ser leve e ao mesmo tempo ser muito potente nessa leveza espacial." (SM)


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