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OPINIÃO
Colombianos aprenderam a usar arquitetura em revitalização
RAUL JUSTE LORES
EDITOR DE MERCADO
As belas bibliotecas de Medellín e Bogotá comprovam
que arquitetura arrojada não
é exclusividade de países ricos com assinatura de astros
da arquitetura global.
Os custos dessas bibliotecas são uma pequena fração
de qualquer obra viária recente de São Paulo, mas as
prioridades aqui e lá dizem
muito o quanto ainda estamos atrás dos colombianos
em melhorar periferias.
Os ótimos prefeitos que
Bogotá e Medellín tiveram recentemente descobriram que
a arquitetura ajuda a requalificar áreas que nasceram sem
planejamento.
O trabalho de bons arquitetos na construção de equipamentos sociais fornece
uma expertise inédita ao poder público, que vai da utilização de materiais de boa
qualidade mais baratos (ou
mais resistentes) à otimização de espaços.
Apesar de alguns projetos
pioneiros em São Paulo, como as escolas do Fundo de
Desenvolvimento da Educação e alguns conjuntos residenciais da Secretaria de Habitação da Prefeitura, estamos bastante longe de ter algo parecido no Brasil.
Poucos governos brasileiros realizam concursos de arquitetura antes de fazer uma
obra. Ao contrário de Pequim, que criou ícones globais de sua modernidade, no
Brasil as obras de Copa e
Olimpíada são cercadas de
suspeita discrição.
Nos poucos concursos de
arquitetura realizados, o normal é que os projetos vencedores sejam engavetados.
As leis de licitação, que
premiam o menor preço (frequentemente acompanhado
com pior qualidade de materiais e execução), tampouco
ajudam. A responsabilidade
é compartilhada.
Os políticos desinformados, a pouca relevância política dos arquitetos como categoria profissional no Brasil, a elite que a confunde
com decoração e a ausência
de mecenas na iniciativa privada impedem que a arquitetura tenha influência em redesenhar cidades, algo presente da Coreia ao México, da
China à Colômbia.
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