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MINISSÉRIE
"O Ícone" explora os paradoxos da Rússia
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o fim da Guerra Fria, as
histórias de espionagem precisaram se reinventar e encontraram
ameaças catalisadoras dos thrillers de grande vendagem. O britânico Frederick Forsyth ("O Dia
do Chacal") encontrou em uma
Rússia espoliada material ideal
para sua ficção "Ícone" (saiu aqui
pela editora Record), que ganha
sua versão em telefilme. "O Ícone" tem sua primeira parte exibida pelo Hallmark Channel hoje às
20h (tem outras três sessões).
Efetivamente, a Rússia pós-socialismo abriga um emaranhado
de contradições tão grande que
não poderia escapar dos enredos
recheados de traições, intrigas e
bastidores obscuros típicos de
Forsythe.
A história de "O Ícone" é centrada no veterano agente norte-americano Jason Monk (Patrick
Swayze), que goza de férias estendidas na Espanha e é convocado
para averiguar um suspeitíssimo
roubo de um agente biológico da
indústria de um dos candidatos à
Presidência da Rússia, Igor Komarov (Patrick Bergin).
De inclinação direitista e com
passado condenável, Igor é pivô
de uma intrincada conspiração
político-industrial que se mostra
de grande risco ao mundo ocidental.
O produto televisivo realça uma
Rússia pós-moderna, onde há a
coexistência entre os símbolos capitalistas, como a publicidade ostensiva e berrante e a estandardização dos lugares, e os antigos elementos do socialismo, como a
corrupção endêmica, os prédios
de grandes proporções e a rígida
hierarquia dentro de corporações
pouco transparentes.
O agente Jason, contudo, possui
também uma motivação pessoal
-o reencontro com sua filha-
para tentar desvendar os reais
motivos do roubo do agente biológico letal. O olhar sobre a Rússia
mantém o interesse sobre a série,
que, no entanto, não foge de um
certo engessamento da TV norte-americana.
(MG)
O Ícone
Quando: hoje, às 20h; amanhã, às 10h;
sáb., às 15h; dom., às 2h20, no Hallmark
Channel
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