São Paulo, terça-feira, 22 de novembro de 2005

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MINISSÉRIE

"O Ícone" explora os paradoxos da Rússia

DA REPORTAGEM LOCAL

Com o fim da Guerra Fria, as histórias de espionagem precisaram se reinventar e encontraram ameaças catalisadoras dos thrillers de grande vendagem. O britânico Frederick Forsyth ("O Dia do Chacal") encontrou em uma Rússia espoliada material ideal para sua ficção "Ícone" (saiu aqui pela editora Record), que ganha sua versão em telefilme. "O Ícone" tem sua primeira parte exibida pelo Hallmark Channel hoje às 20h (tem outras três sessões).
Efetivamente, a Rússia pós-socialismo abriga um emaranhado de contradições tão grande que não poderia escapar dos enredos recheados de traições, intrigas e bastidores obscuros típicos de Forsythe.
A história de "O Ícone" é centrada no veterano agente norte-americano Jason Monk (Patrick Swayze), que goza de férias estendidas na Espanha e é convocado para averiguar um suspeitíssimo roubo de um agente biológico da indústria de um dos candidatos à Presidência da Rússia, Igor Komarov (Patrick Bergin).
De inclinação direitista e com passado condenável, Igor é pivô de uma intrincada conspiração político-industrial que se mostra de grande risco ao mundo ocidental.
O produto televisivo realça uma Rússia pós-moderna, onde há a coexistência entre os símbolos capitalistas, como a publicidade ostensiva e berrante e a estandardização dos lugares, e os antigos elementos do socialismo, como a corrupção endêmica, os prédios de grandes proporções e a rígida hierarquia dentro de corporações pouco transparentes.
O agente Jason, contudo, possui também uma motivação pessoal -o reencontro com sua filha- para tentar desvendar os reais motivos do roubo do agente biológico letal. O olhar sobre a Rússia mantém o interesse sobre a série, que, no entanto, não foge de um certo engessamento da TV norte-americana. (MG)

O Ícone
Quando:
hoje, às 20h; amanhã, às 10h; sáb., às 15h; dom., às 2h20, no Hallmark Channel


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