São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2006

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FUTEBOL

Longa documenta o amor ao Flamengo

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Flamengo Paixão", que o Canal Brasil apresenta hoje, às 17h30, documenta uma das maiores forças do país, no momento em que se cristalizava uma das mais brilhantes histórias do futebol.
Poderia ter sido sobre o Corinthians, São Paulo, poderia até ter sido sobre o Vasco, clube do diretor David Neves. Mas, em 1980, ano da realização, era difícil escapar do assombroso time de Zico e cia e a veneração que inspirava.
Havia algo de insuportavelmente rubro-negro no ar. O time que acabara de ser tricampeão do Rio se sagraria campeão nacional pela primeira vez. A paixão se alastrou e hoje somos (sim, eu posso me incluir!) a maior nação do país, mas... por que o Flamengo?
Sua história, defende o filme, sintetiza o que houve de melhor no esporte, pois conta com craques indiscutíveis: Zico, Garrincha, Gérson, Friedenreich, Leônidas e até Pelé, nem que apenas num amistoso após o fim da carreira. Isso só naquela época.
(Diga-se de passagem, deleita qualquer rubro-negro ver Nilton Santos, maior ídolo vivo do Botafogo, se lembrando da única vez em que vestiu a camisa rival.)
No fim, o filme improvisa com imagens de TV para incluir a final do Brasileiro de 1980 -já que o orçamento não permitia mais alongar a produção de Joaquim Vaz de Carvalho e Carlos Molleta.
Feito na raça, é um marco, porque, em vez de focar o futebol pelo craque, como havia sido feito antes com "Garrincha, Alegria do Povo", a produção tenta decifrar o que é escolher e amar um clube para sempre. Bendita é a mulher amada como um time.
Para os não-rubro-negros, o ponto alto é a trilha sonora, com excelentes sambas e um magistral Jorge Ben cantando o hino de Lamartine Babo. Para quem é rubro-negro ou gostaria de ser, são gols antológicos, craques e jogadas de um clube que hoje pena para voltar a ser o maior e que, segundo Ibope e Datafolha, ainda é o mais querido do Brasil.


Flamengo Paixão
Quando:
hoje, às 17h30, no Canal Brasil


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