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FUTEBOL
Longa documenta o amor ao Flamengo
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Flamengo Paixão", que o Canal
Brasil apresenta hoje, às 17h30,
documenta uma das maiores forças do país, no momento em que
se cristalizava uma das mais brilhantes histórias do futebol.
Poderia ter sido sobre o Corinthians, São Paulo, poderia até ter
sido sobre o Vasco, clube do diretor David Neves. Mas, em 1980,
ano da realização, era difícil escapar do assombroso time de Zico e
cia e a veneração que inspirava.
Havia algo de insuportavelmente rubro-negro no ar. O time que
acabara de ser tricampeão do Rio
se sagraria campeão nacional pela
primeira vez. A paixão se alastrou
e hoje somos (sim, eu posso me
incluir!) a maior nação do país,
mas... por que o Flamengo?
Sua história, defende o filme,
sintetiza o que houve de melhor
no esporte, pois conta com craques indiscutíveis: Zico, Garrincha, Gérson, Friedenreich, Leônidas e até Pelé, nem que apenas
num amistoso após o fim da carreira. Isso só naquela época.
(Diga-se de passagem, deleita
qualquer rubro-negro ver Nilton
Santos, maior ídolo vivo do Botafogo, se lembrando da única vez
em que vestiu a camisa rival.)
No fim, o filme improvisa com
imagens de TV para incluir a final
do Brasileiro de 1980 -já que o
orçamento não permitia mais
alongar a produção de Joaquim
Vaz de Carvalho e Carlos Molleta.
Feito na raça, é um marco, porque, em vez de focar o futebol pelo
craque, como havia sido feito antes com "Garrincha, Alegria do
Povo", a produção tenta decifrar
o que é escolher e amar um clube
para sempre. Bendita é a mulher
amada como um time.
Para os não-rubro-negros, o
ponto alto é a trilha sonora, com
excelentes sambas e um magistral
Jorge Ben cantando o hino de Lamartine Babo. Para quem é rubro-negro ou gostaria de ser, são
gols antológicos, craques e jogadas de um clube que hoje pena para voltar a ser o maior e que, segundo Ibope e Datafolha, ainda é
o mais querido do Brasil.
Flamengo Paixão
Quando: hoje, às 17h30, no Canal Brasil
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