São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2006

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BEBIDA

Cepa nativa, tempranillo brilha em solo espanhol

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

Alguns países têm a imensa fortuna de possuir cantos peculiares onde uma determinada uva desenvolve todo seu potencial dando origem a vinhos únicos, de grandeza sem igual. Um deles é a França, com os terrenos da Borgonha, onde a pinot noir brilha como em nenhuma outra parte, modelando alguns dos melhores tintos do planeta.
A Espanha também é palco de um desses maravilhosos casamentos. A estrela é a tempranillo, uma cepa nativa que nas regiões de Ribera del Duero e Rioja, seus mágicos bastiões ibéricos, dá forma a grandes tintos da vitivinicultura espanhola (e do mundo), como Veja Sicília, Pingus ou Contador.
Difundida na península, hoje regiões menos conhecidas, tem bons vinhos da cepa e com preços mais em conta do que os desses berços privilegiados.
Um deles é o Artero 2004, das Bodegas Muñoz, de La Mancha, área central do país dedicada antigamente aos vinhos comuns e que hoje mira nos goles finos. O Artero é um tempranillo encorpado (bom para uma carne vermelha), levemente tânico ainda, mas bem frutado e equilibrado, com boa persistência e acidez (86/100, R$ 28,80, Decanter, tel. 0/xx/11/3071-3055).
Outro que vale a pena provar, também com boa relação custo-benefício para um vinho europeu, é o Códice 2003, um vinho da Tierra de Castilla, região com goles em ascensão. Elaborado pelo Dominio Eguren, ele impressiona pela concentração, a textura em boca e o sabor intenso, marcado por baunilha e frutas vermelhas (88/100, R$ 38, Península, tel. 0/xx/11/3822-3986).
Mas para quem queira mesmo um tempranillo de Rioja ou Ribera, duas sugestões. De Ribera, o Viña Sastre Crianza 2002 da Bodega Hermanos Sastre -uma pequena casa familiar. É um vinho de bom corpo, carregado de fruta mesclada com leve toque de cedro e especiaria e final agradável (89/100, R$ 107, Península).
Já da Rioja, o Viña Alberdi 2000 -de La Rioja Alta, uma adega de ponta- é um bom representante. O Alberdi é um vinho mais leve e elegante, tem aroma e sabor complexo e atraente (framboesa, couro, leve baunilha) e paladar sedoso, típico dos clássicos tintos de Rioja (89/100, R$ 89, Grand Vin, tel. 0/xx/11/3672-7133).

BRANCO AROMÁTICO
Outro bom vinho elaborado pela equipe do experiente enólogo Lucindo Copat, que comanda cubas e barricas na vinícola gaúcha Salton. O seu Salton Classic Gewürztraminer, safra 2005, um vinho branco de corpo médio e paladar vivaz, tem aroma e sabor agradáveis que combinam toques florais e de frutas tropicais.

BOM E BARATO

SUGESTÃO
ATÉ R$ 40
SALTON CLASSIC GEWÜRZTRAMINER 2005
Avaliação: 85/100
Bom para: aperitivo, pratos da culinária oriental
Preço: R$ 12,50
Onde: Salton, tel. 0/xx/11/6959-3144


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