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Newton Cannito aprova próprio projeto
Secretário do Audiovisual do MinC publica portaria autorizando um roteiro seu a concorrer a prêmio federal
Edital do concurso veta participação de pessoas ligadas ao Ministério; pasta afirma que houve um "erro no sistema"
DENISE MENCHEN
DO RIO
O secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Newton Cannito, teve um
projeto de roteiro de longa-metragem de ficção de sua
autoria habilitado para participar de um concurso público promovido pela pasta,
que premiará sete pessoas
com R$ 50 mil cada uma.
O ministério atribuiu a
aprovação a um "erro no sistema" e, após ser procurado
pela Folha anteontem, indeferiu a inscrição de Cannito.
A lista com os 68 roteiristas que tiveram inscrições
aprovadas foi publicada anteontem no "Diário Oficial da
União", em portaria assinada pelo próprio Cannito.
Criador da série "9 mm:
São Paulo" e corroteirista do
filme "Quanto Vale ou É por
Quilo?", o secretário se inscreveu com o trabalho intitulado "Gênese".
O edital do concurso, divulgado em 1º de fevereiro,
veta a participação de qualquer pessoa ligada ao Ministério da Cultura.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Secretaria do Audiovisual afirmou que a inscrição
de Cannito foi indeferida,
mas que, por um "erro no sistema", seu nome apareceu
na lista de aprovados.
Não foi explicado que tipo
de erro foi esse.
O órgão também afirmou
que a informação seria corrigida na edição de ontem do
"Diário Oficial da União", o
que realmente foi feito.
Na nova publicação, o projeto de Cannito foi considerado indeferido porque "o concorrente exerce cargo público no Ministério da Cultura,
contrariando o estabelecido
no subitem 5.4 do edital".
Ainda segundo a assessoria, a inscrição do secretário
foi feita antes de ele ter assumido o cargo, no último dia 7.
"A primeira coisa que fiz
ao chegar à secretaria foi
mandar cancelar todas as minhas inscrições. Houve erro
de uma funcionária", disse
Cannito, que participava de
outros dois concursos.
Para ele, o fato não afeta
sua credibilidade, pois o problema seria descoberto na
etapa seguinte da seleção.
JOSÉ SIMÃO
O colunista é publicado
no caderno Copa 2010.
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